Febre maculosa: saiba o que fazer se for picado por carrapato

Surto de febre maculosa registrada em Campinas, nesta 4ª feira, acende alerta para prevenção contra doença provocada por carrapato-estrela

 


A chegada da seca no Distrito Federal e as mortes recentes em decorrência da febre maculosa no país acendem um alerta para a necessidade de reforço dos cuidados, a fim de prevenir a disseminação dos transmissores da doença. No entanto, na capital do país, o vetor da enfermidade — o carrapato-estrela — não é encontrado com frequência, e o mais recente caso do tipo registrado no DF ocorreu em 2019.

Nesta quarta-feira (14/6), a Secretaria de Saúde de Campinas registrou o quinto caso suspeito de febre maculosa. A pasta classifica a situação como “surto”. Só neste ano, o estado de São Paulo teve seis mortes provocadas pela doença.

Considerada rara, a febre maculosa é causada e transmitida pelo carrapato-estrela, ou micuim, da espécie Amblyomma cajennense. A picada do aracnídeo infectado transmite bactérias da família Rickettsia. Não é possível contrair a enfermidade por contato com pessoas ou animais.

 


Os sintomas têm início de forma repentina, com febre moderada ou alta, que dura de duas a três semanas, geralmente. Além disso, os pacientes costumam apresentar dor de cabeça, calafrios e olhos avermelhados.

As lesões que aparecem pelo corpo, inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés, assemelham-se a picadas de pulga e incluem, às vezes, pequenas hemorragias sob a pele e aparecem em todo o corpo.

Quando não tratada em humanos, a doença tem mais de 80% de chances de matar.

Transmissão

Os carrapatos devem permanecer fixados à pele do hospedeiro por um período de seis a 10 horas para que ocorra a transmissão. O período é considerado suficiente para que a bactéria seja reativada na glândula salivar do carrapato e se espalhe pelo corpo humano.

Os aracnídeos, além de vetores, são reservatórios e amplificadores da bactéria Rickettsia rickettsii, responsável por causar a doença.

O carrapato-estrela pode ser encontrado em animais de grande porte, além de cães, aves domésticas, gambás, coelhos e, especialmente, capivaras. O início da manifestação de sintomas varia de dois a 14 dias após a picada.

O que fazer

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) recomenda que, ao sentir os primeiros sintomas, o paciente busque a unidade de atendimento mais próxima e inicie o tratamento o quanto antes.

O combate à infecção ocorre com uso de antibióticos, mas, em alguns casos, pode ser necessária a internação do paciente.

A retirada do carrapato do corpo não é simples. Há necessidade de usar uma pinça e, em caso de dificuldade e diante da ocorrência de sintomas, especialmente febre, deve-se procurar o serviço de saúde mais próximo o quanto antes.

Confira algumas recomendações:

  • Caso precise se deslocar por áreas de vegetação ou infestadas pelo aracnídeo, use roupas claras, que facilitam a identificação de carrapatos pelo corpo, e repelente;
  • Evite passear com animais domésticos em locais com infestações;
  • Mantenha animais domésticos com a prevenção contra carrapatos em dia;
  • Após voltar de passeios em áreas de vegetação, verifique a presença de carrapatos pelo corpo ou nos animais domésticos;
  • Se encontrar um carrapato, remova-o com leves torções, preferencialmente com auxílio de uma pinça de sobrancelhas ou cirúrgica auxiliar;
  • Não o esmague com as unhas, pois ele pode liberar as bactérias e contaminar partes do corpo com lesões.

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