"Desenrola" começará em julho focado em brasileiros
com renda de até 2 salários mínimos e dívidas adquiridas até 2022. Bancos
participantes deverão limpar nome de inadimplentes com débitos de até R$ 100.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin no anúncio do programa. — Foto: Reprodução
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta
segunda-feira (5) o programa de renegociação de dívidas para
brasileiros com renda de até 2 salários mínimos. A iniciativa será válida
para dívidas adquiridas até o ano passado.
Segundo Haddad, o programa batizado de
"Desenrola" terá o objetivo de renegociar dívidas de até R$ 5 mil com
descontos e garantia de pagamento aos credores do Tesouro Nacional.
A iniciativa, que era uma promessa de campanha do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será oficializada por meio de uma medida
provisória que, de acordo com ele, foi editada nesta segunda.
O programa, no entanto, deve começar a valer somente em
julho, quando os credores poderão começar a se cadastrar em uma plataforma. Somente
após esta etapa os endividados poderão renegociar as dívidas com descontos.
O Ministério da Fazenda prevê que, ao todo, 70 milhões de
brasileiros sejam atendidos pelas duas faixas da medida. Fernando Haddad classificou a
iniciativa como um "programa que lida com a pandemia".
"Esse é o limite máximo que o programa pode atingir. Obviamente,
repito, vai depender da adesão das duas partes porque é um programa
governamental que depende dos dois lados convergirem", acrescentou.
"O programa depende da adesão dos credores, uma vez que
a dívida é privada. Entendemos que os credores quererão participar do programa
dando bons descontos justamente em virtude da liquidez que vão ter porque vai
ter garantia do Tesouro", afirmou.
De acordo com Haddad, as negociações feitas pelos endividados
terão garantia do Fundo de Garantia de Operações (FGO) — ou seja, o FGO
garantirá o pagamento da dívida aos credores, mesmo que não sejam quitadas as
parcelas negociadas.
O FGO é o mesmo fundo que assegura os empréstimos realizados
pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte (Pronampe), que disponibiliza empréstimos para pequenas empresas com
juros mais baixos e prazo maior para começar a pagar.
"Nós colocamos sob o guarda-chuva do FGO, que está com
quase R$ 10 bilhões de recursos, para avalizar os créditos negociados",
disse.
Dívidas de até R$ 100
De acordo com Fernando Haddad, os credores que
escolherem participar do programa terão que "imediatamente" limpar o
nome dos consumidores inadimplentes que devem até R$ 100. O ministro afirmou
que 1,5 milhão de brasileiros têm dívidas nesse valor.
"Qualquer credor que queira participar do programa, ele
terá que abonar o débito que abonar o débito de quem tem R$ 100. A ideia é que
ele imediatamente já tire o nome do SPC, Serasa para se habilitar a participar
do programa. Esse é o objetivo nosso", disse.
"Podemos colocar 1,5 milhão de brasileiros numa situação
melhor se essa negativação for cancelada para os pretendentes", afirmou.
Após a coletiva, o Ministério da Fazenda esclareceu que a
obrigatoriedade de limpar o nome dos negativados que devem até R$ 100 é válida
somente para os bancos. Ou seja, a exigência não é aplicada para varejistas e
empresas de água e luz.
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