“Solta meu telefone, sua vaca”: professora e mãe de aluna brigam em escola e vão parar na delegacia. Vídeo

Confusão aconteceu nessa terça, no IFB Campus Brasília. Briga teria começado porque aluna usou celular na aula e pediu para mãe ir à escola

 


Uma briga entre a professora de educação física do 2º ano do ensino médio do Instituto Federal de Brasília (IFB) e a mãe de uma estudante terminou na delegacia, nessa terça-feira (6/6). O caso aconteceu no campus da Asa Norte.

Ao Metrópoles uma das estudantes que testemunhou a confusão relatou que o desentendimento teve início após a professora chamar a atenção de uma aluna, por uso de celular durante a aula.

A estudante que usava o aparelho não participa das aulas práticas de educação física devido a um problema de saúde, segundo a testemunha. Contudo, na data, as atividades eram teóricas.

“A professora explicava sobre o conteúdo de um simulado, e essa aluna mexia no celular e conversava. Mesmo depois de a professora pedir umas três vezes para ela prestar atenção, [a educadora] não foi ouvida. Ela sempre respeitou o problema de saúde da estudante, tanto que nunca havia exposto a condição dela”, detalhou a entrevistada.

Após ter a atenção chamada novamente, a aluna que mexia no celular saiu de sala e pediu à mãe que fosse ao colégio, segundo o relato. A professora foi chamada para conversar do lado de fora, e teve início uma briga, com agressões físicas.

“Quando a professora voltou para a sala, disse aos outros alunos que a mãe da menina ameaçou processá-la, caso a filha fosse atingida por uma bola durante a aula”, disse a testemunha.

Enquanto a professora relatava aos alunos a situação, a mãe da estudante apareceu na porta da sala de aula e começou a filmar a educadora.

No meio da confusão, é possível ouvir a mãe da estudante gritar para a professora: “Solta o meu telefone, sua vaca”. Em seguida, a educadora pede ajuda aos alunos. “Chama alguém, ela está me batendo”, pediu.

Assista:

A adolescente que testemunhou a briga relatou que a mãe agrediu fisicamente a educadora. “Ela [a mãe] a agarrou, puxou-a para fora de sala, deu um soco na cabeça dela e continuou dando tapas nos braços da professora”, afirmou. Os estudantes tiveram de intervir para separar a briga e impedir as agressões.

Acionada, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) atendeu à ocorrência e informou que o caso se tratou de “vias de fato”. “Ao chegar no local, a professora e mãe da aluna estavam separadas, cada uma em uma sala”, comunicou a corporação.

As duas quiseram registrar ocorrência, segundo a PMDF, e foram levadas para 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), onde as duas assinaram termo circunstanciado de ocorrência (TCO) por lesão corporal recíproca.

Os relatos à polícia incluíram os seguintes detalhes: “Uma aluna foi chamada atenção para prestar atenção na aula. Aluna chamou mãe. E teve uma discussão onde ambas saíram com marcas no braço”.

O outro lado

Em sua versão, a mãe da aluna que foi filmada discutindo com a professora relatou ter ido ao IFB na ocasião para conversar com a professora de educação física para pedir um plano de atividades inclusivas para serem realizadas com filha dela durante a aula.

“Minha filha tem uma doença rara que se chama miopia degenerativa. Por conta dessa condição grave, ela não pode sofrer nenhuma pancada na região da cabeça, pois corre o risco de deslocar a retina e ficar cega. No começo deste ano, eu entreguei o atestado na escola para que ela fosse dispensada de tais práticas esportivas, mas achei que a professora estava passando atividades alternativas, mas não foi o caso”, conta a mãe.

Segundo a mulher, a professora teria ficado agressiva durante a conversa sobre as atividades inclusivas e começado a gritar. “Eu disse que, se acontecesse alguma coisa, porque ela estava obrigando minha filha a ficar na aula de educação física, eu iria processá-la, porque minha filha não iria ficar cega à toa”, alega.

A mãe da adolescente conta que gravou o vídeo como forma de se proteger, mas que acabou sendo agredida pela educadora. “Ela veio pra cima de mim, me bateu em vários lugares, tomou meu celular. Por isso, fiquei gritando”, defende.

“Eu sou autista nível dois de suporte, pessoa com deficiência, ando com broches e cordão de identificação, ou seja, ela sabia da minha condição. Eu estava pedindo inclusão e fui recebida desse jeito por ela. Meu celular é um objeto terapêutico. Muitas vezes preciso usar o telefone pra me comunicar porque não consigo falar”, argumenta a mãe.

De acordo com ela, o aparelho celular só foi recuperado quando um segurança conseguiu convencer a professora a devolvê-lo. “Solicitei um apoio junto à coordenação e direção, pois minha não assistirá mais as aulas dela”, pontuou.

Medidas administrativas

Em nota, o IFB lamentou o ocorrido e informou que a diretora-geral do campus Brasília, Patrícia Albuquerque, tomará as medidas administrativas necessárias, como apuração dos fatos, apoio pedagógico às famílias das envolvidas e mediação entre as partes.

Confira a nota na íntegra:

“A gestão do Instituto Federal de Brasília lamenta o episódio ocorrido na última terça-feira, dia 6 de junho, envolvendo estudante do ensino médio, mãe e professora do IFB Campus Brasília. A direção tomou conhecimento da situação imediatamente, fez o acolhimento de ambas as envolvidas e acompanhou os encaminhamentos, inclusive de registro de boletim de ocorrência.

Cabe ressaltar que o IFB é uma escola que combate qualquer tipo de hostilidade, assédio e violência. Também se busca preservar a imagem da comunidade acadêmica, envolvendo professores, técnicos, familiares e estudantes. Trata-se de uma situação que poderia ter sido resolvida por meio do diálogo, mas algumas particularidades dos envolvidos levaram a esse desfecho.

A diretora-geral, Patrícia Albuquerque, do IFB Campus Brasília, está tomando as medidas administrativas necessárias, como apuração dos fatos, apoio pedagógico e mediação entre as partes.”

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