O cigano e seus familiares estão sendo procurados desde a
morte de Hyara, também de 14 anos
Policiais seguem em busca do adolescente cigano e do pai dele
após a morte da também cigana Hyara Flor dos Santos Alves, de 14 anos, que era casada
com o jovem e que morreu com um disparo na altura do queixo em Guaratinga, no
sul da Bahia. A suspeita é de um feminicídio. O pai da vítima diz que o garoto
e familiares procuraram abrigo na casa de um parente em Vitória, no Espírito
Santo, mas que não foram acolhidos devido a grande repercussão do caso.
Em seguida, os suspeitos fugiram de táxi para uma comunidade
cigana de Cariacica, na região metropolitana, onde receberam apoio. A Polícia
Civil da Bahia solicitou o mandado de internamento do adolescente.
Hyara passou a morar com o marido e os familiares dele após
se casar com o suspeito em maio deste ano. O pai dela diz que acredita que a
filha estava sendo vítima de violência doméstica, e que o pai do garoto comprou
uma espécie de chicote para castigar a menina como uma forma de vingança por um
suposto caso extraconjugal. O casamento seria, portanto, um plano.
“Eles fizeram uma vingança com a minha filha, uma criança,
não tinha motivo para eles fazerem isso. O meu irmão tinha um caso com a mulher
dele [pai do adolescente]. Eles pediram minha filha em casamento no intuito de
fazer isso para se vingar do meu irmão. Eu dei [a mão da minha filha] com boa
fé, gastei R$ 150 mil na festa de casamento e R$ 25 mil no noivado dela,
entreguei minha filha para eles, uma criança”, lamentou Iago em entrevista à
Record TV Itapoan.
“Minha filha viveu 45 dias com eles, compraram chicote para
bater na minha filha. Fui na casa da minha filha e vi o braço dela roxo, eu
perguntei o que foi, mas a mãe dele [adolescente] cortou, disse que foi durante
uma brincadeira dos dois. Minha filha abaixou a cabeça e não disse mais nada.
Um dia antes da minha filha morrer, ela me ligou e pediu para que eu fosse lá
no dia seguinte, mas só que um primo me chamou para almoçar em uma cidade
vizinha, quando cheguei tive a notícia de que minha filha estava morta”,
completou o pai de Hyara.
A vítima chegou em um hospital de Guaratinga com um ferimento
acima do queixo e a informação inicial era de que ela tinha sido vítima de um
disparo acidental enquanto manuseava uma arma, versão que a família não
acredita.
A morte de Hyara teve repercussão nacional e foi compartilhada
nas redes sociais pela escritora Glória Perez, que teve sua filha morta em 28
de dezembro de 1992 com 18 golpes de punhal, dados pelo ator Guilherme de Pádua
e sua então mulher, Paula Nogueira Thomaz.