Casos de zika sobem mais de 80% na Bahia em 2023; Macajuba e outras cidades estão na lista

Situação liga alerta na Saúde em relação à possibilidade de novos casos de microcefalia em bebês

 

Macajuba - Bahia | Foto: Max Ribeiro

O aumento do número de casos de zika vírus, doença transmitida por mosquitos do gênero Aedes, o mesmo transmissor da dengue e chikungunya, acende um alerta para a população baiana, que registrou uma diferença considerável de prováveis casos nos primeiros sete meses do ano em relação ao mesmo período de 2022. De 1º de janeiro ao último dia 7, 1.689 notificações foram contabilizadas na Bahia, o que representa um incremento de 81,4% em comparação ao ano passado, quando foram registrados 931 casos. A situação liga um alerta na Saúde em relação à possibilidade de registros de novos casos de microcefalia em fetos, demandando maior cuidado em relação às gestantes.

De acordo com o último boletim de arboviroses da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), 125 municípios registraram notificação para zika, sendo que seis apresentaram coeficientes de incidência maior ou igual a 100. São eles: Itapé (204,8), Macajuba (203,2), Ituberá (187), Vera Cruz (151,6), Piripá (126,8) e Barra da Estiva (104).

Outras arboviroses

Além dos dados sobre a zika, o mais recente Boletim Epidemiológico da Sesab traz informações sobre a dengue e a chikungunya, também arboviroses, ou seja, doenças causadas por vírus transmitidos, sobretudo, por mosquitos.

De acordo com o Boletim, entre janeiro e a primeira semana de agosto foram notificados 39.896 casos prováveis de dengue no estado, o que equivale a um crescimento de 28,3% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram notificados 31.102 casos prováveis. 

Ao todo, 24 municípios estão em situação epidêmica de dengue na Bahia. São eles: Acajutiba, Alagoinhas, América Dourada, Camaçari, Conceição do Almeida, Esplanada, Feira de Santana, Gandu, Ipiaú, Iraquara, Itagi, Jandaíra, Lagoa Real, Lauro de Freitas, Macajuba, Novo Horizonte, Ouriçangas, Porto Seguro, Rio Real, Rodelas, Salvador, Santa Cruz Cabrália, Santo Antônio de Jesus e Uruçuca. Até o momento, há 10 óbitos por dengue confirmados este ano.

Já em relação à chikungunya, foram registrados 13.778 casos prováveis na Bahia. No mesmo período de 2022, foram notificados 16.687 casos prováveis, o que representa uma redução de 17,4%. Este ano, foi registrada uma morte pela doença no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

A situação epidemiológica da doença no estado é reflexo da pandemia de covid-19, que recebeu atenção especial da comunidade médica nos últimos três anos. É o que aponta o virologista e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Gúbio Soares Santos, pesquisador responsável por detectar o primeiro caso da doença no Brasil ao lado da também virologista Silvia Inês Sardi.

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