Homem que se apresentava como pai de santo e foi executado durante live gravou vídeo ameaçando suspeito de matá-lo, diz polícia

Itamar Jesus Silva chegou a dizer que iria a um velório e cuspiria no caixão de uma pessoa. Suspeito, que morreu em confronto com a polícia, teria ficado chateado com o vídeo e, por isso, cometeu o crime.

 

Testemunhas contaram à polícia que Itamar Jesus Silva, de 29 anos, executado durante uma live, gravou um vídeo ameaçando o suspeito do crime. Na gravação compartilhada nas redes sociais, a vítima chegou a dizer que iria a um velório e cuspiria no caixão, que seria do autor dos disparos (assista acima).

“Segundo testemunhas, o suspeito ficou chateado com o vídeo do Itamar fazendo esse tipo de ameaça para ele e foi lá e o matou”, explicou o major Guilherme Gonzaga.

O g1 tentou contato com a família de Itamar nesta quarta-feira (2), para obter mais detalhes do caso, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem.

No vídeo, Itamar chegou a dizer para a pessoa “tomar cuidado”. Segundo o Comando de Policiamento Especializado (CPE), o suspeito, que usava o nome falso de Gabriel Reis da Silva, mas que se chamava Erasmo Carlos Reis da Silva, morreu em confronto com a polícia na última terça-feira (1º), dia do crime, em Caturaí, na Região Metropolitana da capital.

Itamar se apresentava como pai de santo e interagia com seguidores quando foi morto. No vídeo, é possível ouvir o barulho dos disparos e logo em seguida a tela fica preta.

Em nota, a Polícia Civil informou que "investiga o caso, já identificou testemunhas e informações serão repassadas posteriormente".

A operação para localizar o suspeito contou com o uso até de um helicóptero. A PM explicou que três homens estavam com o atirador horas antes do crime e ele teria contado da intenção de matar Itamar.

“Eles nos relataram que estavam em um rio próximo à cidade e o Gabriel estava armado e dizia a todo momento que iria matar esse desafeto dele”, explicou o major Guilherme Gonzaga.

Segundo a PM, Erasmo era natural do Tocantins e tinha mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas e passagens criminais por homicídio, sequestro, roubo, porte ilegal de arma de fogo e furto.


Pai de santo

Em nota, a Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de Goiás (Fuceg) informou que Itamar Silva não era filiado à entidade e se auto declarava como "Pai Itamar de Ogum". A Fuceg disse que o homem também não era filiado a federações de outros estados.

Itamar era iniciante na religião e não tinha sido ordenado como “zelador de santo”, que é o termo correto, segundo a federação (leia nota completa no fim da reportagem).

 

Itamar Jesus Silva foi morto a tiros enquanto fazia uma live em Caturaí, Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nota Fuceg

O Sr. Itamar não era filiado a nenhuma federação daqui de Goiás e nem de outros estados. A Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de Goiás não reconhece sacerdote ou sacerdotisa auto declarados.

Na Fuceg existe todo um processo de formalidades e procedimentos tradicionais afro religiosos. Tudo para manter a ordem e os bons costumes tradicionais de Matrizes Africanas de Terreiro do Estado de Goiás.

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