Pelo menos 14 pessoas foram mortas pela polícia durante
operação para encontrar os suspeitos de matar PM da Rota.
Cleiton Moura, de 24, foi arrastado de casa em Guarujá (SP) e 'fuzilado' pela PM, segundo a esposa. Ela disse que ele tinha passagem por tráfico de droga, mas havia largado do crime — Foto: Arquivo pessoal
A ação para capturar os suspeitos do assassinato do policial
militar Patrick Bastos Reis, 30 anos, deixou pelos 14 mortos em Guarujá e em
Santos, no litoral de São Paulo. Dez pessoas foram presas, incluindo o homem
apontado pela polícia como autor dos disparos, identificado como Erickson David
da Silva.
O g1 teve acesso aos Boletins de Ocorrências nesta
segunda-feira (31). Segundo os documentos, as mortes começaram na sexta-feira
(28), por volta das 19h, no bairro Paecara, na noite seguinte à morte do PM
Patrick Reis.
O policial patrulhava uma área próxima da comunidade da Vila
Zilda quando foi atingido, a tiros no tórax, chegou a ser atendido no Pronto
Atendimento da Rodoviária (PAM), mas não resistiu. Um outro policial foi baleado
na mão esquerda e encaminhado para um hospital da região.
Quem são os mortos, de acordo com os registros policiais:
- Fabio
Oliveira Ferreira, 40 anos, morto em 28 de julho
Antecedentes criminais: preso três vezes por tráfico de drogas, por roubo e por homicídio. Era considerado um dos chefes de uma facção criminosa na Baixada Santista. - Felipe
Vieira Nunes,
30 anos, morto em 29 de julho
Antecedentes criminais: preso por roubo e por dirigir alcoolizado, enquanto cumpria medida cautelar e estava proibido de frequentar bares e festas populares. - Mateus
Eduardo dos Santos da Silva, morto em 29 de julho
Antecedentes criminais: preso por roubo e chegou a ser condenado a 6 anos de prisão. Estava solto desde 2019. - Jefferson
Júnior Ramos Diogo, morto em 29 de julho
Antecedentes criminais: Investigado por estelionato e fraude em venda pela internet. - Cleiton
Barbosa Moreira, 24 anos, morto em 29 de julho
Antecedentes criminais: passagem por tráfico de drogas. - Rogério
Andrade de Jesus,
49 anos, morto em 30 de julho
Antecedentes criminais: preso por homicídio, duas vezes por roubo qualificado, por receptação de produtos. - William
Santos de Oliveira, morto em 30 de julho
Antecedentes criminais: quatro passagens por roubo, duas por posse ilegal de arma, duas por golpes, crime contra o patrimônio público - Outros
sete, dos 14 mortos ainda não foram identificados.
Segundo o registro dos Boletins de Ocorrência, os envolvidos
estavam armados e teriam apontado as armas contra as autoridades, além de terem
sido flagrados com entorpecentes, como maconha, cocaína e crack.
A polícia afirma que na ação, além dos 14 suspeitos mortos,
32 já foram presos e 20,3 quilos de drogas e 11 armas apreendidas.
As imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos nas
mortes também serão anexadas aos inquéritos em curso.
'Sniper do tráfico'
O suspeito Erickson David da Silva, também conhecido como
'Deivinho', foi capturado na Zona Sul de São Paulo, na noite do último domingo
(30), segundo divulgado pelo próprio governador. Ele foi encaminhado para a
Delegacia Sede de Guarujá, onde ficou detido para a audiência de custódia,
realizada segunda-feira (31), em Santos.
Erickson David da Silva teria atirado em direção ao soldado
da Rota de uma distância de mais de 50 metros. de acordo com o delegado titular
do Distrito Policial Sede da cidade. Segundo informações da polícia, Erickson
tem 28 anos, é solteiro e era o "sniper" utilizado pelos traficantes.
O suspeito possui cabelos castanhos escuros, olhos castanhos escuros e pele
parda.
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