Jônatas Cabanelas tinha
miocardiopatia hipertrófica, uma doença congênita no coração que matou o
próprio pai e irmãos.
Contador baiano se casa com técnica de enfermagem que cuidou dele antes de transplante de coração, no Ceará. — Foto: Reprodução |
“Eu tive a sorte de encontrar dois
corações. Um que eu precisava no transplante e o amor da minha vida”. É assim
que Jônatas Cabanelas se refere à história dele em Fortaleza. O contador
natural da Bahia viajou ao Ceará para passar por um transplante de coração, e
acabou apaixonado — e depois casado — pela técnica de enfermagem Elys Parente,
que trabalhava em um dos hospitais por onde ele passou.
O contador baiano possuía
miocardiopatia hipertrófica, uma doença congênita no coração, que causou a
morte do próprio pai e dos irmãos. A doença deixa o órgão espesso e duro,
tornando difícil os batimentos.
Jônatas e Elys são casados há oito
anos e têm dois filhos. Ele tinha 33 anos em 2015; ano em que ele começou a
sentir os sintomas mais fortes da doença. Com isto, os médicos afirmaram que
ele precisava de um transplante, e deram duas opções de transferência: para um
hospital em São Paulo ou um em Fortaleza.
“O desejo era vir para Fortaleza
para eu me sentir mais em casa”, explicou o contador.
Ao chegar em Fortaleza, Jônatas não
encontrou vaga no Hospital do Coração de Messejana, unidade da rede pública.
Então, foi levado a um hospital particular, pois estava em estado grave após
ter um AVC que o deixou sem os movimentos do corpo e a fala, antes de viajar
para a capital cearense.
O casal está junto desde 2015 e tem dois filhos. — Foto: Arquivo pessoal |
Foi na unidade particular que ele
encontrou Elys Parente, que trabalhava como técnica de enfermagem. “Uma colega
tinha falado comigo dizendo que não poderia ir no dia seguinte, e perguntou se
eu poderia ir no plantão dela”, lembrou a técnica de enfermagem.
“Ela passou em frente ao leito,
olhou e sorriu para mim. Ali, eu já senti algo”, destacou Jônatas.
“Comecei a visitá-lo, no início,
para realmente ajudá-lo porque era uma pessoa fora do estado natal, não
conhecia nada nem ninguém”, complementou Elys.
Complicações após o transplante
Jônatas passou por transplante de coração em 2015 em um hospital de Fortaleza. — Foto: Arquivo pessoal |
Jônatas, depois, foi transferido
para o Hospital de Messejana. Elys continuou a visitá-lo durante os três meses
em que ele passou aguardando o transplante.
O pai e irmão dele morreram ainda
na década de 90, com menos de um mês de distância entre os óbitos. Já a irmã
morreu em 2012, na fila de espera por um transplante. A família descobriu a
condição em Jônatas quando ele tinha cinco anos.
Após a cirurgia, o contador ainda
passou por complicações como o coração ficar 24 horas sem bater e uma infecção.
Esses momentos fizeram Elys largar tudo para cuidar dele.
“Deixei o emprego. Ele complicou
tudo de novo. Chegou a ser entubado de novo. Ele dizia para mim: 'amor, por
favor, não me deixa só'”, declarou Elys.
— Max Ribeiro (@max_ribe_29) September 3, 2023
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