Modalidade considerada estelionato
tem como principal palco os aplicativos de mensagens nas redes sociais.
Modalidade de golpe oferece dinheiro fácil para quem escrever avaliações na internet — Foto: Reprodução/Bom Dia Brasil
Criminosos têm aplicado um novo
tipo de golpe financeiro. Com a promessa de dinheiro fácil e rápido, as vítimas
acreditam que vão ser pagas para avaliar restaurantes nas redes sociais. Elas
aceitam o trabalho, até recebem por ele inicialmente, mas continuam trabalhando
e depois levam bastante prejuízo.
No golpe da renda extra, como é
conhecido, a vítima é abordada pela internet. O golpista oferece remuneração
rápida e com pouco esforço. Como, por exemplo, em uma proposta para trabalhar
por meio período escrevendo uma boa avaliação para restaurantes onde o valor
oferecido por cada avaliação era de R$ 18.
Nesse tipo de golpe os criminosos
vão ganhando a confiança das vítimas, principalmente por meio de aplicativos de
mensagens. Só que a proposta tentadora esconde o famoso esquema da pirâmide
financeira. As pessoas são pressionadas a investir dinheiro para receberem
altos retornos. E precisam recrutar novos integrantes.
Uma jovem que não quer se
identificar aceitou a oferta. No início, ela recebeu o dinheiro pelas
avaliações. Depois teve que cumprir novas tarefas, que
envolviam enviar quantias via PIX com a promessa de ter o dinheiro de
volta com um bônus, mas a partir do momento em que enviou os valores
maiores, ela sofreu o golpe.
"Fiz um PIX de R$ 100. Esperei
20 minutos, e retornou R$ 175. Ele falou: 'Tem que mandar R$ 1.700 e pouco'. Eu
mandei e aí eu falei: 'Agora desbloqueie o meu dinheiro'. Aí ele pegou e falou
que eu tinha perdido", contou.
A vítima do golpe não quis se identificar, mas revelou como agem os criminosos — Foto: Reprodução/Bom Dia Brasil
O crime configura estelionato e
a pena chega a cinco anos de prisão, além de multa.
Em Minas Gerais, os casos vêm crescendo. Em 2018, foram cerca de 28.600. Em 2022, mais de 82 mil casos. E neste ano, até agosto, cerca de 55 mil registros, de acordo com a Polícia Civil do estado.
Mauro Ellovitch, promotor que
trabalha no combate aos crimes cibernéticos, diz que é preciso desconfiar de
ofertas vantajosas e nunca informar os dados pessoas.
"Eles sempre usam a
criatividade, a engenharia social, conversa, oferecimento de vantagem, para que
as vítimas se descuidem e sejam enganadas em alguma coisa
que se elas pensassem um pouquinho mais, elas não cairiam. Qualquer
tipo de oferta sem contrato, extremamente vantajosa, sempre vai ter algo que o
criminoso quer", explicou.
O promotor orientou ainda que caso
a pessoa seja vítima desse tipo de crime, não deve apagar nenhuma
mensagem do golpista, mas sim procurar uma delegacia de polícia para
registrar ocorrência levando essa documentação, que poderá servir como prova.
“Se a pessoa for vítima desse tipo
de crime, é não apagar nenhuma mensagem, não deletar nada e procurar uma
delegacia de polícia ou Ministério Público munida de todos esses dados -
comprovante, conversas, redes, conversas que os criminosos usaram - e
representar pra que seja instaurada uma investigação”, explicou.
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Aplicativos de mensagens são o principal veículo por onde os golpistas procuram vítimas — Foto: Reprodução/Bom Dia Brasil |
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