Celeste, filha e neta de
brasileiros, vivia perto da Faixa de Gaza e foi levada pelo grupo terrorista;
familiares conseguiram se esconder em abrigo quando as sirenes começaram.
Desde o início dos conflitos entre
Israel e o Hamas, mais de 120 pessoas já foram levadas para Gaza – todos estes
reféns capturados pelo grupo terrorista armado. Uma dessas pessoas é Celeste
Fishbein, nascida em Israel, mas de família brasileira, e uma das tantas
pessoas de quem não se tem mais notícias nem de Israel, nem do Hamas. Para a
família, fica a dúvida: como trazer Celeste e as demais pessoas de volta, e com
vida?
Celeste é filha e neta de
brasileiros. Com 18 anos, ela trabalhava como cuidadora de crianças em uma
escola infantil. Ela desapareceu no início da guerra, no último dia 7. E depois
de sete dias sem notícias dela, uma informação do exército israelense fez a
família acreditar que ela possa estar entre os reféns do Hamas.
Em conversa com o Fantástico ao
longo de toda a semana, Mario Fishben, tio de Celeste, revelou que há registros
do celular dela em Gaza que deram alguma esperança de mais informações.
“Sabemos que o telefone dela está
lá em Gaza. Não localizaram o telefone em si, localizaram o último sinal do
telefone. Mas isso não quer dizer nada, o telefone pode estar em um
lado e ela pode estar em outro”, explicou.
A dificuldade, no entanto, é muito
grande e a família admite que a preocupação aumenta conforme os dias vão
correndo.
“Vai passando o tempo e você vai
ficando mais desesperado, porque eles não passam nenhum tipo de informação”,
reconheceu Mario.
A apreensão aumentou durante a
última quarta-feira (11). A mãe de Celeste foi até um local em Gaza para dar uma
amostra de DNA de Celeste, para saber se ela poderia estar entre as vítimas da
guerra. No entanto, não houve notícias até sexta-feira (13). E todos ficaram
ainda mais preocupados.
A esperança, no entanto,
prevaleceu: chegou a notícia de que Celeste está entre as pessoas sequestradas
pelo Hamas – o que significa que ela não está entre as vítimas já encontradas.
Quando os ataques começaram,
Celeste e o seu namorado – de quem não há informações até o momento – estavam
na casa dela no Kibutz Be'eri, uma comunidade agrícola bem próxima da Faixa
de Gaza. A avó dela mora a 500 metros do local, e lá também estavam a mãe e o
irmão de Celeste.
Celeste Fishbein foi sequestrada pelo Hamas no último fim de semana — Foto: Reprodução/TV Globo |
Quando as sirenes começaram, as
pessoas da família de Celeste foram para um abrigo que todas as casas da região
possuem. E por um aplicativo de mensagens instantâneas, surgiu a preocupação
sobre o paradeiro da jovem quando ela, que havia ficado em casa, parou de
responder.
Os familiares de Celeste ficaram 20
horas trancados no abrigo. E de lá viram tudo ao redor ser invadido – como a
casa da jovem – e destruído.
Família de Celeste trocou mensagens durante o início dos ataques do Hamas às casas — Foto: Reprodução/TV Globo |
“Depois de 20 horas chegaram os
soldados de Israel e conseguiram resgatar a minha mãe, minha irmã, meu sobrinho
e a cuidadora da minha mãe. E foram levando-os na direção do transporte para
tirar eles do Kibutz – lá, tudo foi destruído".
Mãe de Celeste mantém esperanças
Gladys Fishbein e o irmão, Mario Fishbein, falam sobre a angústia da falta de informações sobre Celeste, sequestrada pelo Hamas — Foto: Reprodução/TV Globo |
Gladys Fishbein, mãe de Celeste,
conversou com o Fantástico na tarde deste domingo (15). Ela desabafou sobre a
falta de informações sobre a filha e disse que está difícil reunir forças para
continuar lutando para conseguir notícias.
"A verdade é que a situação é
insuportável", disse a mãe de Celeste. "Eu não sei aonde ela está. Eu
não sei a condição dela. Eu não sei como ela está se sentindo. Não sei. Eu fico
louca".
Sem respostas de Israel
Em Tel Aviv, famílias protestaram
exibindo fotos e nomes de reféns no sábado (14). E exibiram esforços do governo
de Israel para que os sequestrados pelo Hamas sejam trazidos de volta de Gaza.
Protestos de palestinos pedindo a Israel por informações dos sequestrados pelo Hamas — Foto: Reprodução/TV Globo |
De acordo com declarações do grupo
terrorista armado, 22 reféns já teriam sido mortos em Gaza por ataques
israelenses – no entanto, não há provas de que isso realmente tenha acontecido.
Ainda assim, a preocupação continua porque eles estão em Gaza, e a Faixa de
Gaza está sendo destruída.
“Aí são perguntas que a gente faz
meio que sem saber responder. Será que o Hamas vai continuar preservando a vida
dos inocentes? Será que Israel já está de alguma maneira negociando
secretamente com o Hamas para que esses reféns sejam libertados? Eu tenho
poucas certezas nesse momento”, disse Michel Gherman, professor do núcleo de
Estudos Judaicos da UFRJ.
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