Profissional explica as sessões de
neurofotobiomodulação feitas em Thais, que teve parte da função cerebral
afetada pela alergia
Thais Medeiros continua em tratamento
A trancista Thais Medeiros, que
ficou internada por cinco meses após ter tido uma reação alérgica ao cheirar
pimenta, respondeu aos estímulos do tratamento que está fazendo com uma
fonoaudióloga.
A mãe da jovem, Adriana Medeiros,
publicou, nesta terça-feira (17), o vídeo do momento em que a filha consegue
engolir durante sessão com a profissional — assista abaixo. "Ainda teremos
muitas lutas pela frente, mas, com fé em Deus e as orações, vamos vencer essa
batalha", escreveu.
Ao R7, Poliana
Guimarães explicou que faz um tratamento chamado neurofotobiomodulação em
Thais. A técnica consiste no uso de um laser infravermelho de baixa intensidade
em pontos específicos do cérebro. No vídeo, a fonoaudióloga aparece estimulando
a trancista: "Daqui a alguns dias você vai estar tomando suco",
disse.
A jovem passou mal no dia 17 de
fevereiro, na casa do namorado. Ela foi levada às pressas ao hospital e chegou
a ficar sem respostas neurológicas. Por conta disso, a especialista explica que
o cérebro dela teve "uma chuva de granizo, e muitas partes foram
totalmente danificadas".
O laser infravermelho usado no
tratamento dá energia a mitocôndrias e aumenta a oxigenação, fazendo com que os
estímulos táteis, térmicos e gustativos voltem a ter função, segundo Poliana.
A fonoaudióloga informou que está
na quarta sessão do tratamento com Thais. "É um processo lento. A paciente
estava com uma mordida travada. Hoje já consegue abrir sutilmente a mandíbula,
está conseguindo deglutir a própria saliva com maior frequência", afirmou.
Thais Medeiros e as filhas durante visita à mãe no hospital |
Além do laser, Poliana usa outras
técnicas para estimular o organismo da jovem, como bandagem, reflexologia
podal, entre outras.
Apesar de o caso da trancista
ser delicado, a fonoaudióloga conta que o cérebro tem o processo de
neuroplasticidade. "Podemos, sim, fazer um trabalho de eficácia no caso da
Thais, como já visto por outros pacientes que atendi com o cérebro danificado
como o dela", ressaltou.
Internação
Thais ficou internada por cinco
meses em um hospital de Goiânia e, agora, continua com o tratamento em casa, ao
lado dos pais e das duas filhas.
Os pais da trancista adaptaram a
residência para o conforto da filha enquanto ela vive esse processo, com maca e
respirador.
Alergia a pimenta
A jovem teve uma reação alérgica
após ter sentido o aroma de pimenta-bode enquanto cozinhava com o namorado,
Matheus Lopes, em Goiás, no dia 17 de fevereiro.
Segundo especialistas, a alergia a
pimenta é rara e, quando há essa intolerância, como a de Thais, ocorre uma
resposta com a produção de anticorpos contra a proteína do alimento
(chamado de IgE), o que gera um processo inflamatório.