Um soldado da PM de Alagoas foi
preso em flagrante ontem após o assassinato de uma mulher na periferia de
Maceió (AL). Testemunhas dizem que ele se irritou durante uma discussão com
Rosineide da Costa Silva, 53, que defendeu sua sobrinha, de 21 anos, assediada
pelo militar.
Wellington Pereira da Silva, 35,
teve a prisão preventiva decretada após audiência de custódia nesta
segunda-feira (9). O Comando da PM abriu processo na Corregedoria para
investigar o policial. A coluna não conseguiu informações sobre a defesa do
suspeito.
O que aconteceu
O delegado Thiago Prado, da
Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, afirmou que havia um
"encontro social" na porta da casa de Rosineide quando o militar
chegou. "Ele foi levado por um convidado da vítima", disse.
Ao chegar, o soldado teria ficado
interessado em uma jovem que estava no local e era sobrinha da vítima. Entretanto,
a jovem não tinha interesse e alegou que foi importunada pelo policial.
Em entrevista à TV Ponta Verde, a
jovem (que pediu para não ser identificada) relatou que, antes de ser morta, a
tia discutiu com o policial para tentar protegê-la.
Em todo momento ele queria ficar
comigo. Na hora que passei para o banheiro, ele puxou meu short, e eu falei
coisa com ele. Quando voltei, minha tia já estava falando com ele, que ele me
respeitasse e respeitasse a casa dela, que ele estava bêbado e não sabia beber.
Sobrinha da vítima
Depois disso, um familiar da dona
da casa desligou o som ao ver Wellington alterado.
Ele [o PM] pediu para que ela
repetisse o que tinha dito, e ela repetiu: que ele não sabia beber. Ele veio,
atirou contra mim, contra meu primo e descarregou [a pistola] nela. Sobrinha da
vítima
Foram 11 tiros, segundo delegado
Segundo Thiago Prado, o policial
atirou 11 vezes na vítima. Para ele, não há dúvidas sobre o policial ser autor
dos disparos.
Para a Polícia Civil, os indícios
de autoria são suficientes para ancorar a prisão do suspeito. E ao que tudo
indica ele cometeu o homicídio por um motivo extremamente banal e fútil, razão
pela qual foi autuado em flagrante delito pelo crime de homicídio qualificado. Thiago
Prado
Além de ser indiciado por
assassinato, o militar é investigado pela prática de crime de importunação
sexual contra a sobrinha da vítima. Nesse caso, as investigações estão em
andamento.
Ainda de acordo com a Polícia
Civil, o suspeito ficou em silêncio em seu depoimento.
PM abre investigação e apoia
família
Em nota, a PM de Alagoas informou
que um carro da corporação foi até o local do crime e chegou a levar a vítima à
UPA (Unidade de Pronto Atendimento) — onde a mulher morreu logo em seguida.
Ao mesmo tempo, a corporação cita
que uma equipe iniciou buscas e prendeu o suspeito pouco depois do assassinato.
No momento da prisão, diz a PM, o
autor apresentava "sinais visíveis de embriaguez."
Paralelamente ao processo judiciário, a PM, por meio de sua Corregedoria-Geral, irá realizar os procedimentos cabíveis rigorosos de acordo com o Regulamento de Disciplina da Polícia Militar de Alagoas, pois a nossa corporação não compactua com o desvio de conduta de nenhum dos seus membros.
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