Vítima escreveu que vivia relação
tóxica e abusiva com o marido, de 64 anos. Ela simulou pedido de cesta básica
para fugir de agressões
A mulher que simulou o pedido de
uma cesta básica na Secretaria de Assistência Social para denunciar as
agressões que sofria do marido, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito
Federal, descreveu a situação que vivia como um “filme de terror”. A vítima
entregou uma carta relatando a violência.
O caso aconteceu na quarta-feira
(18/10). A mulher contou na carta que estava sendo ameaçada pelo marido e temia
pela própria vida, bem como pela vida dos filhos. O marido dela, de 64 anos,
foi preso em flagrante. No entanto, negou ter cometido os crimes.
Agressões e relacionamento abusivo
Na carta, obtida com exclusividade
pela TV Anhanguera, a mulher relata que é casada há 12 anos. Durante esse
tempo, chegou a se separar, mas não conseguiu se sustentar e acabou voltando a
morar com o suspeito.
Leia a carta na íntegra:
“Eu, [nome da vítima], [idade].
Vivo com [nome do suspeito], tem [idade], sou casada há 12 anos. Vivo em
um relacionamento abusivo e sobre prisão, me sinto coagida, vivo sobre agressão
verbal e psicológica. Ele me vê como propriedade dele, meus filhos se sentem
ameaçados por ele psicologicamente.
Eles perguntam quando vamos embora,
eles falam que não aguentam mais viver com ele sobre o mesmo teto. Eu acalmo
eles, que tudo vai dar certo. O pai chantageia falando para eles que vão morrer
de fome, me humilhando na frente dos meus filhos porque eles sabem que o não
deixa eu trabalhar, controla tudo.
Não posso sair para a casa da minha
família, não posso me arrumar porque estou dando liberdade, meus familiares não
podem vir na minha casa, não posso sair só. É prepotente, distorce conversa se
precisar, aumenta. Eu me sinto em um beco sem saída, dentro de uma gaiola,
ele é muito cruel ao ponto de acabar com sua saúde mental. Eu chego ao ponto de
chorar, me trancar, não quero ver ninguém pelo meu emocional, ele deixa muito
mexido.
É uma coisa assustadora, às vezes
fico pensando: com quem estou vivendo? É um ponto de pedir socorro, como
se fosse um filme de terror. E uma coisa que eu tenho certeza, não abro mão dos
meus filhos, ele usa muito meus filhos, sabe que é o meu ponto fraco, o de
qualquer mãe. Fala que não vai ter separação por causa dos filhos. É complicado,
gosta muito de sufocar, tirar meu sossego.