Informação foi dada pelo advogado da família de Sara, que
relatou também que Ederlan Mariano era agressivo com cantora.
Ederlan Santos Mariano, preso pela morte da própria esposa, a
cantora gospel Sara Mariano, teria forçado relações sexual contra a vontade
dela, de acordo com o advogado Marcus Rodrigues, que trabalha para a família da
vítima.
Em entrevista à TV Bahia, afiliada da Rede Globo, neste
sábado (28), Marcus afirmou que Sara era agredida de diversas formas por
Ederlan, adiantou que a família acredita na hipótese de premeditação. O
investigado está detido por prisão temporária e a polícia investiga a
participação de outras pessoas.
Ederlan Mariano foi preso por matar a esposa, a cantora gospel Sara Mariano, na Bahia — Foto: TV Bahia
"Era um relacionamento tóxico, em que ele agredia ela,
não somente a verbalmente, como fisicamente também. Ele bebia muito, chegava em
casa agredindo, forçava a Sara a ter relações sexuais, e isso acabou nesse fato
criminoso", analizou Marcus.
O advogado também mencionou o áudio que Sara gravou para a
irmã, Soraya Correia, em que a vítima entender que o marido é uma pessoa
nervosa, de temperamento instável e que queria comprar uma arma.
"O áudio corrobora que ele já vinha premeditando o fato.
O momento em que, de forma repentina Sara visualiza que ele tem esse contato
com a pessoa que era envolvida com o tráfico de drogas, para compra uma arma,
já deixa claro para todos nós que ele estava premeditando esse crime
bárbaro", pontuou Marcus.
Ederlan foi preso pelo crime na madrugada deste sábado, após
confessar à polícia ter matado a esposa. Ele foi detido temporariamente, porque
um dos delegados que investiga o caso apontou que houve clara intenção dele
"em destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da
vitima e prejudicar as investigações dos fatos, bem como impedir a aplicação da
lei pena".
Sara deixou uma filha de 11 anos, fruto do relacionamento de
13 anos com Ederlan. Ainda não há informações sobre quem acolheu a criança
neste momento.
"A família está destroçada. Eu ainda não tive contato
com a filha, que pra mim é uma das maiores vítimas também. Estamos aguardando
ansiosamente a chegada da mãe [de Sara], para a gente dar continuidade e fazer
com que a justiça seja feita", disse Marcus.
Em um dos dias em que esteve na delegacia para conversar com
policiais sobre o paradeiro da esposa, Ederlan foi perguntado por um jornalista
sobre uma suposta campanha de arrecadação que ele teria feito nas redes
sociais, para ajudar a procurar a esposa, mas ele abandonou a entrevista.
A polícia ainda não sabe de que forma Sara Mariano foi
assassinada, porque o corpo dela foi encontrado parcialmente carbonizado.
Somente laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) vão apontar se e como
ela foi assassinada antes de ter o corpo carbonizado, ou se foi queimada viva.
Histórico
Sara Mariano desapareceu na noite de terça-feira — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Sara Mariano foi vista pela última vez com vida na noite de
terça-feira (24), ao deixar a casa da família. Na ocasião, Ederlan Mariano
registrou boletim de ocorrência pelo desaparecimento da esposa, e afirmou que
ela tinha saído para ir a eventos religiosos, mas alegou não saber quais.
Ele disse ainda à polícia que uma câmera de segurança flagrou
o momento em que Sara deixou a residência e entrou em um carro, mas que não
sabia quem era o motorista que a levou. Ederlan chegou a pedir para que as
pessoas o ajudassem a descobrir onde a esposa estava.
Na tarde de sexta-feira (27), três dias após o
desaparecimento, o corpo de uma mulher foi encontrado carbonizado em uma área
de mata às margens da BA-093, na região de Dias D'Ávila, cidade da região
metropolitana de Salvador.
Corpo de Sara Mariano foi encontrado nesta sexta-feira (27), em uma área de mata às margens da BAR-093, no trecho da cidade de Dias D'Ávila — Foto: Reprodução/TV Bahia
Para a Polícia Civil, Ederlan reconheceu que se tratava de
Sara, já que um anel e a sandália dela foram encontrados próximo ao cadáver. A
versão de Ederlan, sobre o suposto evento gospel, foi contestada por um pastor,
amigo de Sara, no mesmo dia.
Segundo o líder religioso André Santos, não houve nenhum
evento em igrejas do município, no dia e horário relatado por Ederlan. Apesar
disso, a própria Sara havia publicado nas redes sociais que estava a caminho de
Dias D'Ávila, horas antes do desaparecimento.
Soraya, irmã de Sara, também questionou as informações
passadas pelo marido da vítima, e disse que não acreditava na versão dele. A
mãe de Sara, Dolores Freitas, contou que a filha havia dito que tomaria uma
decisão importante no dia que desapareceu, no entanto, não chegou a falar o que
seria.
Antes de confessar o crime à polícia, Ederlan foi às redes
sociais para lamentar o desaparecimento da esposa e pedir ajuda às pessoas que
tivessem informações sobre ela. Ele também relatou que não havia tido brigas
recentes com Sara.