Doriedson de Borba Martins, de 26 anos, chegou a consumir o
molho com macarrão junto com a filha, de 8. A empresa informou que o suposto
corpo estranho tem características de bolor, que pode surgir por danos causados
na embalagem por manuseio, transporte ou armazenamento incorretos.
— Max Ribeiro (@max_ribe_29) November 22, 2023
Um pedreiro encontrou um corpo estranho com larvas em um
molho de tomate, enquanto usava o produto no preparo de uma macarronada em
Miracatu, no interior de São Paulo. Imagens obtidas nesta terça-feira (21),
mostram os elementos sobre o pacote. A Fugini Alimentos informou, em nota, que
as características são de bolor, que pode surgir por danos causados na
embalagem devido ao manuseio, transporte ou armazenamento incorretos. (leia a
resposta completa abaixo)
Doriedson de Borba Martins, de 26 anos, contou à reportagem
ter comprado o pacote de molho de tomate em 11 de novembro. No último sábado
(18) contou ter aberto a embalagem e usado um pouco do conteúdo para preparar
uma refeição.
"Peguei um pouco do molho à noite, abri o saquinho,
coloquei um pouco no macarrão e eu e minha filha comemos". Só no último
domingo (19), porém, ao usar o restante do produto foi que encontrou o corpo
estranho e os bichos.
Assim que despejou o molho sobre o macarrão que estava na
panela a surpresa: "virei de uma vez [o saco] e caiu essa pele cheia de
larva".
Pedreiro encontrou objeto estranho dentro de molho de tomate, em Miracatu (SP) — Foto: Reprodução |
Segundo Doriedson, ele e a filha de 8 anos estão com dor de
barriga e enjoo após terem consumido o produto sem perceber a presença do corpo
estranho. O pedreiro foi até o médico, onde realizou exame de sangue, mas nada
foi detectado. No entanto, fará um novo exame nos próximos dias.
"Não sei [o que é]. Aparentemente, parece pele de rato,
tem até pelo, é um couro duro. Na hora me assustei", afirmou ele.
O pedreiro contou que no momento pensou que fosse algum
pedaço de tomate mais grosso e, pela coloração, que poderia estar
estragado. "Peguei com a colher e quando fui ver era um couro cheio
de larvas".
Doriedson quer resolver o problema com a empresa e descobrir
o que é esse elemento estranho, pois ele e a filha consumiram o molho. "Eu
só quero ter certeza que não é rato e que não vai acontecer nada com minha
filha e comigo".
O que diz a empresa?
Em nota, a Fugini Alimentos esclareceu que está em contato
com o consumidor para entender o problema apresentado, e explicou que o suposto
corpo estranho encontrado, pelas informações obtidas até o momento, tem
características de um bolor, que pode surgir devido a danos causados na
embalagem, às vezes, imperceptíveis a olho nu, oriundos de manuseio incorreto
em transporte ou no armazenamento nos pontos de distribuição e venda.
Segundo a empresa, a produção, enchimento e fechamento das
embalagens sachê de molho de tomate é totalmente automatizada. Por não conter
conservantes e ser um produto natural, a entrada de ar pela danificação da
embalagem pode causar a contaminação do produto e, consequentemente, o
surgimento do bolor.
Esse fato, de acordo com a Fugini, também pode ocorrer pelo
armazenamento por período incorreto na geladeira, já que, após a abertura da
embalagem, o consumo deve ser realizado em até um dia.
A empresa afirmou, ainda, que cumpre com todas as obrigações
além de respeitar o compromisso de entregar qualidade e sabor em seus produtos.
Desejamos reforçar nosso compromisso contínuo com a segurança alimentar e
qualidade.
Produto estava dentro do prazo de validade e venceria apenas em junho do ano que vem, segundo a embalagem — Foto: Reprodução |
Polêmica da marca
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), em março deste ano, uma inspeção sanitária na fábrica de Monte Alto
identificou falhas graves relacionadas à higiene, controle de qualidade e
segurança das matérias-primas, controle de pragas, rastreabilidade, entre
outros. O problema levou à suspensão da fabricação e comercialização de
produtos da marca.
A agência determinou ainda o recolhimento de lotes de
maionese da Fugini. À época, a Fugini admitiu o uso de corante vencido em
maioneses, mas diz que percentual era pequeno. Já em abril, a Anvisa revogou a
decisão e liberou a retomada dos trabalhos da empresa.
Outra polêmica envolvendo a marca ocorreu em Viamão, na
Região Metropolitana de Porto Alegre, no início deste mês. Uma perícia do
Instituto-Geral de Perícias (IGP) feita em amostras de molho de tomate da
Fugini detectou a presença de fungos e ovos de parasita no produto.