Ministério de Minas e Energia publicou resolução que altera
parâmetros para a venda de refrigeradores no Brasil
Medida prejudica os mais pobres, afirma diretor da Eletros
Após mudanças implementadas pelo governo Lula, a geladeira
mais barata no Brasil custará pelo menos R$ 4.000. É o que prevê a Eletros
(Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), que
representa quase todo o setor no país.
O impacto ocorreria por causa de determinações que valerão a partir de 31 de dezembro deste ano, publicadas em resolução do Ministério de Minas e Energia.
De acordo com o documento, só poderão ser produzidos e
importados refrigeradores que consumam no máximo 85,5% da energia disponível.
Ainda, esse teto subirá gradualmente até 31 de dezembro de 2027, quando o
limite terá o patamar de 90%.
Segundo a Eletros, a medida restringirá a quantidade de
geladeiras oferecidas pelo mercado. Dessa forma, oito de cada dez (83%) não
poderão mais ser vendidas. Assim, apenas os itens de alto padrão, com preço
mínimo entre R$ 4.000 e R$ 5.000, estarão disponíveis nas lojas. Atualmente, o
valor de entrada das geladeiras varia próximo a R$ 2.000.
"É necessário considerar a realidade brasileira.
Infelizmente, com as novas regras, o consumidor de baixa renda será o mais
prejudicado e, consequentemente, a indústria e seus colaboradores.
Desinvestimentos e perda de centenas de postos de trabalho podem ocorrer nos
próximos meses. Apresentamos ao governo estudos técnicos mostrando este cenário
ruim para a economia do país; porém, infelizmente, não foram
considerados", analisa Renato Alves, diretor da associação.
A Eletros foi informada que os refrigeradores fora desse novo
padrão terão o prazo de um ano para serem vendidos. Se não forem, terão de ser
descartadas. Além disso, "a indústria vai parar de fabricá-las",
disse a organização à reportagem.