Investigações indicam que, enquanto caminhava até a escola,
adolescente foi abordada por Janildo da Silva Magalhães e ameaçada por ele com
uma faca. A garota foi raptada, estuprad* e morta pelo homem.
— Max Ribeiro (@max_ribe_29) December 5, 2023
A Polícia Civil divulgou um vídeo que mostra o suspeito
Janildo da Silva Magalhães fazendo um percurso de bicicleta com a adolescente
Amélia Vitória, de 14 anos, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da
capital. As investigações afirmam que a menina saiu de casa para buscar a irmã
na escola, mas foi raptada, estuprada e morta pelo homem. Ele foi indiciado por
homicídio qualificado e estupr* de vulnerável.
Segundo a polícia, ele foi preso de forma preventiva na noite
de segunda-feira (4).
Amélia Vitória saiu de casa no dia 30 de novembro para buscar
a irmã caçula na escola, no Residencial Astória. A família contou que só
percebeu que a adolescente sumiu após a escola ligar e dizer que ninguém havia
aparecido para buscar a irmã dela. Neste dia, a bicicleta de Amélia havia
estragado e, por isso, ela foi andando. Além disso, não levou o celular por
causa da chuva.
Câmeras de seguranças mostram a adolescente caminhando pelas
ruas antes de desaparecer. O último vídeo em que ela aparece sozinha indica que
ela estava há cerca de 10 minutos do colégio. As investigações indicam que,
durante o percurso, Amélia foi abordada por Janildo e ameaçada por ele com uma
faca.
Vídeo mostra momento em que adolescente Amélia Vitória faz trajeto de bicleta com homem suspeito de matá-la, em Aparecida de Goiânia — Foto: Divulgação/Polícia Civil
O suspeito levou a menina para uma região de mata, onde a
abusou sexualmente pela primeira vez. Na sequência, a obrigou a se sentar no
cano da bicicleta dele e fez um percurso de aproximadamente 6km com ela, até
chegar em uma casa abandonada, que ele usava como esconderijo para usar drogas
e colocar objetos roubados.
“Nas imagens dá para ver quando, durante o percurso, ele
obriga a vítima a empurrar a bicicleta para ele. A vítima obedeceu, mas dá para
ver que ela estava paralisada pelo medo. Ela não conseguia pedir socorro”,
afirma o delegado Eduardo Rodovalho.
No imóvel abandonado, Janildo teria continuado estuprando
Amélia durante toda a noite, até decidir matar a estudante por meio de asfixia.
Durante a perícia, foram encontrados diversos vestígios de abuso sexual, como
peças íntimas, sangue e fios de cabelo da menina. Suspeita-se também que a
asfixia contra ela tenha sido praticada com um golpe mata-leão ou com o auxílio
de um lençol.
Descoberta da autoria
Segundo a polícia, a comoção da própria família com a morte
de Amélia, fez com que Janildo decidisse retornar ao imóvel para abandonar o
corpo da menina em um local de fácil localização. Perícia indica que ele
envolveu o corpo da adolescente no lençol e o arrastou até a rua, para que
fosse encontrado.
Na tarde de sábado (2), dois dias após o desaparecimento de
Amélia, moradores encontraram o corpo abandonado, no bairro Parque Hayala, e
chamaram a polícia. O pai da adolescente reconheceu a calça que a filha vestia,
mas a confirmação da identidade aconteceu horas depois por meio da impressão
digital.
Janildo da Silva Magalhães (lado esquerdo) foi indiciado pela morte e estupro da estudante Amélia Vitória (lado direito), de 14 anos, em Aparecida de Goiânia, Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Durante os exames no corpo, a perícia também confirmou que a
adolescente foi vítima de estupr*. Com o material genético encontrado no corpo
de Amélia, a polícia chegou até Janildo, que tinha DNA cadastrado no Banco
Nacional de Perfis Genéticos por já responder na Justiça por um crime de
estupro em 2017, praticado em Rio Verde.
Um pedreiro de 47 anos, que havia sido preso preventivamente
como suspeito do crime, teve sua participação descartada pela polícia. Segundo
o delegado Eduardo Rodovalho, não há indícios de que os crimes contra Amélia
tenham tido outro envolvido além de Janildo.
Histórico violento
Segundo a polícia, Janildo tem 38 anos, era aposentado por
invalidez e possui uma série de antecedentes por crimes sexuais, furtos,
roubos, tráfico de drogas e até homicídio. Com a prisão dele, o delegado não
descarta a possibilidade de que novas vítimas apareçam.
Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (05), os
delegados Eduardo Rodovalho e André Botesini afirmam que a principal hipótese é
que Janildo tenha saído de casa no dia do crime para praticar furtos, mas
acabou encontrando Amélia pelo caminho e decidiu raptá-la, já com o intuito de
estuprá-la.
Homenagens à Amélia
A Escola Municipal Sebastiana Lourenço Camilo, onde Amélia
estudava, suspendeu as aulas na segunda-feira (4). A informação foi confirmada
pela diretora da instituição de ensino, Raimunda Queiroz.
"A gente não vai abrir a escola para os alunos, porque a
gente entende que eles estão todos emocionados com isso. A gente vai abrir para
os funcionários, mas não para os alunos", disse a diretora.
Na terça-feira (5) também foi realizada uma oração com todos
os alunos na quadra da escola, depois, uma passeata para a Cidade
Administrativa de Aparecida de Goiânia.