Polícia prendeu quatro suspeitos do crime e procura outros,
que estão foragidos com prisões decretadas. Ex-jogador foi sequestrado com
amiga em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, ao levar ingressos para ela ir a
show. Eles foram obrigados a gravar vídeo com informações falsas.
Eliane de Amorim, Thauannata dos Santos, Wadson Fernandes e Jones Ferreira — Foto: Reprodução/TV Globo
Dois homens, de 29 e 37 anos, e duas mulheres, de 18 e 30
anos, são os presos até esta terça-feira (26) suspeitos de participação no
sequestro de Marcelinho Carioca e Tais Alcântara de Oliveira, a
amiga levada ao cativeiro com o ex-jogador, em Itaquaquecetuba, na Grande São
Paulo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP),
o caso segue sob investigação pela Divisão Antissequestro (DAS) e
o grupo foi indiciado por crimes que vão de extorsão mediante sequestro,
lavagem de dinheiro, associação criminosa a receptação (veja abaixo
pelo qual cada um responde e como foi o caso).
"Outras diligências seguem em andamento visando à
localização dos demais envolvidos e ao esclarecimento dos fatos", informou
a pasta em nota.
Quem são os presos
- Eliane
de Amorim, de 30 anos, contou à polícia que estava desempregada, tem dois filhos e tinha
se encontrado com Jones, que é um dos outros presos, horas antes de
Marcelinho e Tais serem encontrados. Na ocasião, o "amigo de longa
data", como ela mesma descreve, pediu conta bancária
"emprestada" para um "negócio" e precisava sacar o
dinheiro. Jones teria dito que pagaria a ela. No entanto, nega ter
recebido valores. Ela foi indiciada por associação criminosa,
receptação e lavagem de dinheiro.
- Thauannata
dos Santos, de
18 anos, tomava conta das vítimas, segundo a polícia. No interrogatório,
ela alegou que não tinha a intenção de participar de algo errado, mas
queria estar ao lado de um dos suspeitos do caso que não foi preso. Negou
que receberia dinheiro pelo sequestro. Foi indiciada por associação
criminosa e extorsão mediante sequestro.
- Wadson
Fernandes Santos, 29 anos, disse à investigação que conhece Jones, que há
algumas semanas perguntou se o interrogado tinha conta bancária para
receber dinheiro. Wadson teria questionado se o dinheiro era proveniente
de "coisa errada, tendo ele dito que não". Segundo o
interrogatório, no último sábado, o interrogado recebeu mensagem de Jones,
que perguntava se as contas "estavam sem problemas", quando
teria dito que "não queria se envolver em nada de errado", mas
Jones falado que "não haveria problemas". Acabou indiciado
por associação criminosa, receptação e lavagem de dinheiro.
- Jones
Santos Ferreira, 37 anos. O suspeito confessou que já participou de casos de
estelionato, e busca contas para receber valores de golpes. Ele afirmou
que foi procurado no sábado (16) por um criminoso, e essa pessoa pediu
para ao interrogado para receber valores em sua conta bancária. Jones fala
que acredita que seria para um golpe e não um sequestro, e que fez
contatos com Wadson e Eliane para fornecer as contas para as movimentações
bancárias. Foi indiciado por associação criminosa, receptação,
lavagem de dinheiro e extorsão mediante sequestro.
O advogado de Jones reconhece que ele conseguia as contas
bancárias para movimentação do dinheiro.
"Ele, de fato, entende ali que havia uma origem ilícita,
mas que era um estelionato", diz o advogado Anderson Lima, que
também representa Eliane.
"A Eliane ela é amiga de Jones. Ela simplesmente
emprestou a conta para sacar os valores. Eles não participaram do
sequestro", afirma.
A defesa dos outros citados não foi encontrada até a última
atualização desta reportagem. A Justiça decretou as prisões preventivas dos
quatro suspeitos acima e de outras duas pessoas (um homem e uma mulher), que
ainda não foram detidos e são procurados pela polícia como foragidos.
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