Um enorme buraco escuro se abriu na superfície do Sol e está
liberando correntes de radiação mais fortes, conhecidas como ventos solares,
atingindo diretamente a Terra. O buraco de 800 mil quilômetros foi detectado na
coroa solar, a camada mais externa da atmosfera do Sol, conforme mostraram
imagens capturadas no sábado, 2, pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da
Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa).
De acordo com o portal de astronomia Space Today, o tamanho e
a orientação da lacuna temporária, que é maior que 60 Terras, não têm
precedentes nesta fase do ciclo solar.
Conhecida como buraco coronal, a mancha escura no Sol tomou
forma perto do Equador do Sol no sábado e atingiu sua largura máxima de 800 mil
quilômetros em 24 horas, conforme informou o portal Spaceweather.com. Desde
segunda-feira, 4, o vazio solar aponta diretamente para a Terra.
“Os especialistas previram inicialmente que este buraco mais
recente poderia desencadear uma tempestade geomagnética moderada (G2), que
poderia desencadear apagões de rádio e fortes exibições de auroras nos próximos
dias”, conforme divulgou o Space Today. No entanto, o vento solar tem sido
menos intenso do que o esperado, pelo que a tempestade resultante só foi fraca
(G1), pelo menos até o momento.
Os buracos coronais aparecem como áreas escuras na coroa
solar em imagens solares de ultravioleta extremo e raios X suaves, de acordo
com a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
No domingo, 3, o Observatório de Dinâmica Solar da Nasa
publicou nas redes sociais um vídeo mostrando a atividade do Sol na semana
passada e reportando ações como o registro de uma tempestade geomagnética.
Happy #SunDay! This week’s space weather report includes:
— NASA Sun & Space (@NASASun) December 3, 2023
· 4 C-class flares
· 3 M-class flares
· 18 coronal mass ejections
· 1 geomagnetic storm
This video from NASA’s Solar Dynamics Observatory shows activity on the Sun over the past week. pic.twitter.com/96ChOr0dxz
“Eles parecem escuros porque são regiões mais frias e menos
densas que o plasma circundante e são regiões de campos magnéticos unipolares
abertos. Esta estrutura de linha de campo magnético aberta permite que o vento
solar escape mais facilmente para o espaço, resultando em correntes de vento
solar relativamente rápidas e é frequentemente referida como uma corrente de
alta velocidade no contexto da análise de estruturas no espaço
interplanetário”, explica a NOAA.
Ainda não está claro por quanto tempo o buraco permanecerá no
Sol, conforme o Space Today. Os buracos coronais podem se
desenvolver em qualquer momento e local do Sol, mas são mais comuns e
persistentes durante os anos próximos ao mínimo solar. Ainda segundo a NOAA,
são mais persistentes às vezes e podem durar várias rotações solares (período
de 27 dias).