PCC impôs “lei do silêncio” em bairro de Araraquara onde aconteceu o caso do genro e do sogro

Bairro de Araraquara ganhou projeção nacional após história de triângulo amoroso envolvendo genro e sogro viralizar nas redes sociais

 


A repercussão nacional de um inusitado triângulo amoroso envolvendo genro e sogro provocou reação imediata do braço da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em Araraquara, interior de São Paulo, após a filha traída expor nas redes sociais, na semana passada, a situação.

Conforme apurou o Metrópoles, o interesse da imprensa pela vida íntima dos moradores do bairro Valle Verde foi identificado como um fator que poderia atrapalhar os negócios de traficantes locais — a tal ponto que a ordem sobre a “lei do silêncio” correu rapidamente pela vizinhança.

“O disciplina [do PCC] da região proibiu [entrevistas sobre o caso]”, disse um morador, que pediu para ter seu nome preservado. Fontes da polícia, também ouvidas em sigilo, confirmaram que a facção atua na região, assim como em outros pontos periféricos do município.

Os disciplinas são membros da organização criminosa responsáveis pelo cumprimento das “regras de conduta” do PCC, que, como já foi mostrado pelo Metrópoles, são ao menos 45.

Tribunal do crime

Além das normas registradas por escrito, os disciplinas podem determinar condutas dos moradores de uma determinada área para que o tráfico de drogas não seja prejudicado  porque a venda de drogas é a principal fonte de renda da organização.

Como o caso do “beijo grego” ganhou o noticiário e chamou a atenção das pessoas para a região, o crime organizado determinou que o assunto não fosse mais comentado. Quem descumpre uma ordem pode ser punido em um tribunal do crime.

“Todo mundo precisa obedecer à cartilha de conduta, não só o PCC. A facção cobra de toda a periferia, de toda a comunidade em que está presente”, afirmou ao Metrópoles, em junho deste ano, o promotor de Justiça Leonardo Romanelli, coordenador do Núcleo de Inteligência e Gestão de Conhecimento do Ministério Público de São Paulo (MPSP), sobre as normas estipuladas pela facção.

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