Polícia tenta identificar os “justiceiros” que bateram no homem suspeito de roubo. Em depoimento, o suspeito disse ser morador de Cabo Frio, na Região dos Lagos, que foi preso por roubo e solto do presídio José Federico Marques horas antes
Imagens flagraram a perseguição a um homem, agredido por um
grupo de justiceiros em Copacabana. As câmeras de segurança da empresa de
segurança Gabriel mostram que a ação durou cerca de 30 minutos: ele foi
perseguido por 350 metros até ser alcançado e sofrer a agressão de um grupo de
ao menos seis pessoas.
Por volta de 0h30 de quarta-feira, o homem é visto próximo à
Praça Sarah Kubitschek, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Ele desce a Rua
Almirante Gonçalves em direção à Praia de Copacabana. Dois minutos depois,
câmeras gravam-no correndo na Avenida Nossa Senhora de Copacabana em direção ao
Leme.
Veja:
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Uma mulher aparece logo depois correndo pela Rua Almirante
Gonçalves. Ela volta da Avenida Atlântica aparentando correr atrás dele. Quem
estava na rua percebe a movimentação e também vai atrás do homem, que entra na
Rua Djalma Ulrich e depois na Travessa Cristiano Lacorte. A perseguição dura
cerca de dois minutos.
O grupo então alcança o homem, que, preso pela gola da
camisa, é levado novamente para a Rua Djalma Ulrich. Um vídeo que circula nas
redes sociais mostra a agressão. Um homem segura a vítima, que leva as
agressões. Um dos agressores chega a pegar o rodo de uma pessoa que olhava a
situação para bater nele, que grita "socorro" e continua apanhando
mesmo caído no chão.
A polícia recebeu os vídeos e tenta identificar os
agressores. O homem prestou depoimento nesta quarta-feira e disse ser morador
de Cabo Frio, na Região dos Lagos, que foi preso por roubo e solto do presídio
José Federico Marques na quarta-feira. Ele foi encaminhado para fazer exame de
corpo de delito. Os agentes ainda buscam encontrar a mulher filmada correndo
atrás do homem para esclarecer se ela foi vítima de algum crime.
Em nota, a Polícia Militar salienta que agressões diante de
casos criminosos não devem ocorrer. "Tendo em vista as imagens que estão
circulando nas redes sociais, convocações para agressões ou perturbação de
ordem pública não são maneiras adequadas de resolver ações criminosas que vêm
ocorrendo em Copacabana. É importante que a sociedade apoie, confie e colabore
com as ações realizadas pelos órgãos de segurança pública, bem como de outros
atores envolvidos", diz trecho do comunicado da corporação.