Namorado divulga 'últimas palavras' de vítima de acidente de helicóptero

Letícia Ayumi trocava mensagens pouco antes do desaparecimento da aeronave

 


Momentos antes do desaparecimento do helicóptero no Vale do Paraíba, no dia 31 de dezembro, Letícia Ayumi, de 20 anos, trocava mensagens com o namorado.

A queda do modelo Robinson R44, encontrado após 11 dias de buscas, vitimou das quatro pessoas que estavam na aeronave, dentre elas a jovem, a mãe, Luciana Marley Rodzewics Santos, 46, o empresário Raphael Torres, 41, e o piloto Cassiano Tete Teodoro.

Os corpos foram resgatados neste sábado (13), data em que Henrique Thiofilo, namorado de Letícia, publicou em sua conta no Instagram trecho da última conversa que teve com ela. A aeronave saía de São Paulo em direção à Ilhabela, no litoral norte do estado.

Nas mensagens, Henrique diz que está com saudades da parceira, cujo número está salvo no celular como "Minha vida". Eu também, amor", ela responde, às 14h39. O último contato do piloto com os responsáveis pelo tráfego aéreo teria ocorrido por volta das 15h10.

Os dois, em seguida, se declaram. "Minha prioridade é você. Mas você está trabalhando, amor", diz Letícia. Nas redes sociais, Henrique se define como militar da Força Aérea Brasileira.

Ele responde: "Obrigado meu ponto de equilíbrio". O jovem legendou a foto informando que aquelas foram "as últimas palavras de Letícia. "Como você mudou minha vida, meu amor", complementa.

 

Troca de mensagens entre Letícia e o namorado momentos antes do helicóptero desaparecer 

Em outras postagens, ele relembrou outros momentos com a namorada, e publicou: "Só Deus sabe do meu sofrimento, amor, vou te levar para a vida toda".

O helicóptero enfrentou condições meteorológicas adversas durante o voo na região da Serra do Mar. Letícia chegou a gravar um vídeo que registrava, por volta das 14h, forte neblina ao redor da aeronave. Ela enviou o registro para o namorado e escreveu: "Tá perigoso. Muita neblina. Eu estou voltando."

O mau tempo também foi relatado pelo piloto. Em conversa por telefone com o dono de um heliponto, Cassiano disse que estava com dificuldade para cruzar a serra do Mar devido à falta de visibilidade.

Ainda durante o voo, o empresário que fretou o helicóptero fez contato com o filho e disse que talvez mudaria o destino da viagem. "Filho, eu vi que você leu a minha mensagem agora, acho que vou para Ubatuba. Ilhabela está ruim. Não consigo chegar", disse.

RESGATE DOS CORPOS

Os corpos das quatro vítimas chegaram ao IML (Instituto Médico Legal) na tarde do sábado (13), onde estão sendo realizados os exames necroscópicos para determinar as causas das mortes.

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar retiraram, durante a manhã, os corpos do local do acidente, onde estão os destroços da aeronave.

Silvia Santos, irmã e tia das duas passageiras disse que o enterro deve ocorrer neste domingo (14), no cemitério do Jaraguá, mas segue ainda sem horário definido.

Thais Gianlorenço, que representa a família do piloto, afirmou que ainda não tem informações sobre o enterro dele e do empresário.

O trabalho de remoção começou a ser feito ainda no final de sexta-feira (12) e seria todo realizado com helicópteros. Devido ao mau tempo, no entanto, equipes acamparam e passaram a noite na região para preservar o local e retomar as atividades logo cedo neste sábado.

O helicóptero não tem caixa preta ou equipamento equivalente que armazene as informações de voo, o que dificulta a apuração do acidente.

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