Suspeito de vender os aparelhos falsos foi preso nesta
quinta-feira (25), em Belo Horizonte. Vítima relata prejuízo de R$ 13 mil.
Homem foi preso suspeito de vender celulares de argila em BH — Foto: PCMG/ Divulgação
Ao abrir as caixas lacradas e ver que os iPhones que tinha
comprado por R$ 13 mil eram, na verdade, pedaços de argila, a empresária e
estudante de 36 anos, vítima do golpe, ficou em choque.
"Eu imaginava tudo, menos isso, nunca vi isso na minha
vida. A caixa era impecável, extremamente nova, lacrada. Eu nunca imaginaria
que pudesse existir isso. Na hora fiquei estática, em choque. Eu e meu marido
ficamos perplexos com a criatividade do crime", contou.
Nesta quinta-feira (25), o suspeito de vender os celulares
falsos foi preso em Belo Horizonte. O homem, de 31 anos, é influenciador e tem
quase 300 mil seguidores nas redes sociais.
A empresária viu o anúncio dos aparelhos, do modelo iPhone
15 Pro Max, no marketplace de uma rede social. Ela entrou
em contato com o vendedor, e os dois combinaram de se encontrar para concluir a
transação.
O fato de o homem ter muitos seguidores e de ter informado o
próprio endereço fez com que a vítima acreditasse nele.
"Ele deu o endereço da casa dele, postava a cara dele o
tempo inteiro na internet. Então, pra mim, ficou muito claro que era tudo
verdadeiro", disse a compradora.
Ela foi com o marido ao endereço do suspeito, no bairro
Camargos, Região Oeste de BH, na tarde do dia 23 de fevereiro. Segundo a
mulher, primeiro, ele agiu normalmente e conversou o casal, dizendo que
costumava vender mais de 20 celulares por semana.
Mas, quando ela tentou abrir a caixa para ver os
aparelhos, ele a ameaçou, falou que estava armado e exigiu o pagamento.
"Ele falou: 'Você não vai abrir, a arma está na cintura.
Não precisa desconfiar, está tudo certo, os telefones estão aí'. Não estava
dando para ver o que tinha na cintura, mas eu não ia pagar para ver",
contou a vítima.
Ela fez a transferência dos R$ 13 mil por
PIX, e o homem deixou o local de carro. Quando a vítima e o marido abriram
as caixas, depararam-se com os telefones de argila.
"Liguei para a polícia, para o banco. Tentei cancelar a transação, mas não deu certo, porque ele já tinha retirado o dinheiro da conta".
Homem foi preso suspeito de vender celulares de argila — Foto: PCMG/ Divulgação |
Segundo a mulher, depois do ocorrido, o suspeito chegou a
fazer ameaças contra ela e a família. Por isso, saber que ele foi preso, nesta
quinta-feira, foi um alívio.
"De fevereiro pra cá, não foi fácil. A gente se sente
impotente, burra, R$ 13 mil não são R$ 13, é muito dinheiro. Quando você é
honesto, não imagina que vai passar por isso. Fiquei aliviada de saber da
prisão, espero que ele pague por isso", afirmou.
Investigações
Nesta quinta-feira, a Polícia Civil cumpriu mandado de prisão
preventiva do suspeito, no bairro Camargos. Os policiais também cumpriram
mandados de busca e apreensão na casa dele e do pai, que seria responsável pela
chave PIX.
O investigado negou o crime, mas, de acordo com o delegado
Gabriel Teixeira, os indícios apontam para o indiciamento dele pelo crime de
extorsão majorado pelo uso de arma de fogo.
"Chama a atenção o fato de que o autor tem uma grande
quantidade de seguidores na rede social. Podemos denominá-lo como
influenciador, e isso, sem dúvida nenhuma, dá uma certa credibilidade nesse
negócio que ele tentou pactuar com a vítima que, posteriormente, foi descoberto
que era um ilícito penal", afirmou o delegado.
A polícia pede que outras possíveis vítimas de golpes
semelhantes procurem a delegacia para registrar denúncia.