Morto no banco: Veja como era a casa onde vivia idoso levado à agência por mulher no Rio

Paulo Roberto Braga, de 68 anos, estava morto em agência bancária; ele foi levado para fazer um empréstimo de R$ 17 mil

 

Idoso morto em banco: a casa dele tem parede sem reboco, vaso sanitário junto à cama feita com caixotes — Foto: Luís Cesar Silva

Um colchão velho, em cima de caixotes, forrado com um lençol fino, evidencia a situação precária em que vivia o idoso Paulo Roberto Braga, de 68 anos, morto ao ser levado a uma agência bancária para fazer um empréstimo de R$ 17 mil. O quarto improvisado dentro do que era para ser uma garagem, fica localizado na Estrada do Engenho, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O idoso morava sozinho, em um cômodo com cerca de 4 metros quadrados, sem janela, armário ou qualquer conforto que alguém com a saúde debilitada deveria ter. No local, é possível ver um vaso sanitário com o que parece ser uma colcha em cima, uma pequena escrivaninha e alguns poucos objetos. Um buraco coberto por uma lona é o único ponto de ventilação do cômodo. O lugar é frio, úmido e com cheiro de mofo.

O quarto improvisado dentro do que era para ser uma garagem fica na Estrada do Engenho, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O idoso morava sozinho, em um cômodo com cerca de 4 metros quadrados, sem janela, armário nem qualquer conforto. Um buraco na parede coberto por uma lona permitia a ventilação de ar pela casa. As paredes estavam apenas em tijolos. O chão é de terra. O lugar frio, úmido e com cheiro de mofo.

Na esquina da rua, um ponto de mototáxi garante certo movimento ao local. Os frequentadores dizem que não era comum ver parentes Paulo na casa, mas a rotina do idoso era conhecida. Segundo os vizinhos, Paulo Roberto era um homem solitário, que tinha problemas com bebida e passava dificuldades até para se alimentar. Um deles, que preferiu não se identificar, disse que era comum a vizinhança reunir doações para ajudá-lo. Os vizinhos também relatam que Érika de Souza não era vista no local.

Na terça-feira, dia em que Paulo morreu, o idoso passou as últimas horas de vida em uma cadeira de rodas conduzida por Érika de Souza, que dizia ser sua cuidadora. Imagens de Érika com Paulo Roberto sugerem que ele já poderia estar morto quando entrou na agência bancária. A polícia abriu uma investigação para apurar se houve maus-tratos por parte da mulher.

O corpo do idoso foi levado para o Instituto Médico-Legal de Campo Grande, na Zona Oeste, na manhã de quarta-feira, um dia após seu óbito. Ele estava vestido com camisa e bermuda azuis, além de fraldas. Segundo o laudo cadavérico, produzido pelo IML, a aparência dele era a de um "homem caquético", ou seja, enfraquecido e debilitado. A causa da morte, a princípio, seria engasgo com algum alimento, que teria provocado uma broncoaspiração.

Paulo ficou uma semana internado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Bangu, para tratar uma pneumonia. Recebeu alta na última segunda-feira, véspera de sua morte. No prontuário hospitalar, há a informação de que ele chegou à unidade com dificuldade de andar e falar, e com pressão baixa. No hospital, o idoso precisou de aparelhos para ajudar na oxigenação.

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