O último trabalho de Luciana Ribeiro foi como babá. Sem
renda, ela iniciou um curso para tentar novas vagas de emprego.
Luciana Ribeiro tem 40 anos e está há quase um ano desempregada — Foto: Reprodução/TV Anhanguera |
O número de vagas de emprego tem aumentado no Tocantins,
segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Apesar disso, ainda
existem pessoas que estão desempregadas há muito tempo. Essa é a situação de
Luciana Ribeiro, de 40 anos, que está há quase um ano sem trabalho e passa por
dificuldades até para se alimentar.
"Às vezes já cheguei lá no mercado para pegar pele para
comer porque não tinha outra coisa. Semana passada eu fui lá e pedi umas peles.
Aí eu peguei e fritei, tirei aquele óleo que usei. E os torresminhos a gente
pega e come, né? Porque está difícil", contou.
Luciana Ribeiro mora com o marido e a filha. Ela não tem o
ensino médico completo e seu último emprego foi como babá. Sem renda, o aluguel
está atrasado há três meses e as contas de energia e água se acumulam.
Para tentar melhorar a situação, ela iniciou uma qualificação
para buscar novas oportunidades de emprego.
"Dia 20 de agosto termina. Na hora que terminar já vou caçar um serviço porque viver assim eu não dou conta mais não. A vida toda desse jeito", disse.
Há vagas, mas falta qualificação
No estado, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(CAGED) registrou um saldo positivo entre admissões e demissões. Em maio,
vários postos de empregos foram criados, sendo 406 vagas na área da construção
civil, 285 no setor de serviços, 72 na indústria e seis no comércio.
A especialista em Recursos Humanos, Adriana Borges, explica
que em muitas vagas as empresas procuram candidatos que possuem qualificações.
"Está sendo desafiador porque de um lado existem as
empresas com bastante oportunidade e de outro lado existe pessoas procurando
essas oportunidades. E as vezes as pessoas tem que buscar um preparo, uma
capacitação para ocupar esses cargos".
O Sistema Nacional de Emprego tem ofertado 700 vagas de
emprego, mas falta candidatos para ocupar os cargos disponíveis. Segundo a
psicóloga, Erika Lustona, a maior dificuldade para contratação é a
disponibilidade de horário.
"A dificuldade maior é em relação a disponibilidade de
horário porque nós temos muitas vagas de comércio e de supermercado. E a
maioria dessas vagas tem que ter disponibilidade de horário tarde e noite.
Então muitos não tem essa disponibilidade ou por questão de endereço e mora
longe ou porque não pode, porque estuda a noite. Então a gente tem muita
dificuldade nesse requisito também", explicou.