Imagens da câmera de segurança mostram o momento em que a
equipe arromba portão. Conforme a família, endereço dela é diferente do que
consta no mandado judicial.
— Max Ribeiro (@max_ribe_29) July 11, 2024
A idosa de 88 anos que teve a casa invadida por
policiais civis durante uma operação em Itapuranga, no noroeste goiano, passou
a tomar remédios para dormir, segundo a família. Em entrevista, a idosa
explicou que levou um grande susto após os agentes arrombarem o portão da
casa (assista acima).
"Ela estava assistindo um programa do missionário na TV.
Ela tem problemas cardíacos, ficou em choque após o ocorrido, tem tomado
remédios para dormir", explicou um familiar da idosa, que não quis se
identificar.
A situação ocorreu na sexta-feira (5), por volta das 6h.
Conforme a família, o endereço da idosa é diferente do que consta no mandado
judicial. O número da rua e do lote são iguais, mas o número da quadra é
diferente.
Em entrevista à TV Anhanguera, a idosa contou que os
policiais vasculharam os cômodos da casa e chegaram a desligar as câmeras
de segurança. "Eu pedi 'por favor' para ligarem as câmeras, porque minha a
menina [filha] chegaria e eu saberia que é ela, porque eu abro a porta quando
vejo quem é", disse.
“Invadiu, arrebentou o portão e entrou. Quase me matou de
susto. [Estava] na minha cama assistindo meu programa e eles fazem uma coisa
dessas comigo. Judiou demais comigo”, disse a idosa, chorando.
A família ainda reclamou dos danos materiais deixados no
portão, que ainda não foi consertado. Na casa, moram apenas a idosa e a filha
de 55 anos, que tinha saído para a academia antes da chegada dos policiais.
Em nota, a Polícia Civil de Goiás afirmou que era cumprido um
dos mandados de busca e apreensão da Operação Commercium Sine Tributo,
realizada pela Delegacia Fazendária da Polícia Civil de Mato Grosso.
Conforme a instituição, os responsáveis pela investigação eram policiais civis
de Mato Grosso, enquanto os policiais civis goianos prestaram auxílio
operacional - leia a nota na íntegra ao final do texto.
A Polícia Civil de Mato Grosso confirmou que a operação é do
estado, mas afirmou que a ação e a conduta foram de policiais civis de
Goiás, que apoiavam a operação, e que policiais de Mato Grosso não estavam no
local. Conforme a instituição, o mandado judicial era destinado a uma casa alvo
de uma operação contra um esquema de comercialização e transporte de grãos -
leia a nota na íntegra ao final do texto.
Vídeo de câmera de segurança mostra quando policiais entram em casa, em Itapuranga, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera |
Nota da Polícia Civil de Goiás:
A Polícia Civil de Goiás informa, com relação ao cumprimento
de um dos mandados de busca e apreensão ocorridos na sexta-feira (05/07), na
cidade de Itapuranga-GO, no bojo da Operação Commercium Sine Tributo,
decorrente de investigação realizada pela Delegacia Fazendária da Polícia Civil
do Mato Grosso, que a diligência oriunda de mandado judicial foi realizada por
policiais civis do Mato Grosso, responsáveis pela investigação, e que os
policiais civis goianos apenas auxiliaram na diligência conferindo apoio
operacional.
Goiânia, 8 de julho de 2024.
Nota da Polícia Civil de Mato Grosso:
É importante e primordial esclarecer: não foi ação de
policiais civis de Mato Grosso na cidade citada. A operação é da Polícia Civil
de Mato Grosso, mas a ação e conduta citadas foram em relação a policiais civis
de Goiás, que davam apoio à operação.
A Polícia Civil de Mato Grosso esclarece que a residência
alvo de mandado judicial da Operação Commercium Sine Tributo (por meio da
Delegacia de Crimes Fazendários, Secretaria de Fazenda de Mato Grosso e 14ª
Promotoria de Justiça), deflagrada na última sexta-feira (05.07) nos estados de
Mato Grosso e Goiás contra esquema na comercialização e transporte de grãos,
foi apontada nas investigações, por meio de checagem em registros oficiais e
entrevistas, como um dos locais que um dos investigados poderia ser localizado.
A medida foi cumprida no endereço por uma equipe da Polícia Civil de Goiás, que
deu apoio à operação.
Em relação à conduta dos agentes que estavam no endereço, o
questionamento sobre suposto pedido para que câmeras do local fossem desligadas
e eventuais excessos por parte da equipe policial deve ser feito diretamente à
Polícia Civil de Goiás, uma vez que quem estava no endereço eram policiais da
instituição de Goiás e não de Mato Grosso.