Quem recebe o benefício será notificado pelo INSS e terá até
90 dias para atualizar dados; caso contrário, cartão pode ser bloqueado.
Cadastros vão usar biometria a partir de setembro.
INSS divulga nomes de aprovados em concurso para técnico — Foto: INSS/ Divulgação
O governo federal publicou nesta sexta-feira (26) as regras
para o pente-fino que será feito nos cadastros do Benefício de Prestação
Continuada (BPC) em todo o país.
Quem recebe o BPC, não está inscrito no CadÚnico e não
atualizou o cadastro no INSS nos últimos dois anos terá que atualizar os dados:
- em
45 dias, se morar em uma cidade de até 50 mil habitantes;
- em
90 dias, se morar em cidades maiores.
Os beneficiários serão notificados pelo INSS. E se não
fizerem a atualização dos cadastros em até 30 dias, terão os cartões
bloqueados.
💲 O Benefício de Prestação Continuada (BPC) garante um salário
mínimo por mês ao idoso ou à pessoa com deficiência de qualquer idade,
mesmo que não tenha contribuído para a Previdência Social – desde que
atendidos critérios de renda familiar.
As regras foram publicadas no Diário Oficial da União desta
sexta-feira (26), assinadas pelos ministros Wellington Dias (Desenvolvimento
Social) e Carlos Lupi (Previdência).
O governo não informou se há uma data específica para os
avisos do INSS começarem a ser enviados a quem recebe o BPC.
Fraudes e gasto público
Segundo o governo, o pagamento desse benefício vem crescendo
de forma muito rápida e desordenada nos últimos anos.
- O
BPC custa cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil – ou seja,
1% da soma de todos os bens e serviços produzidos no país em dado período.
- Segundo
o chefe da Casa Civil, Rui Costa, em média, o INSS recebe 170 mil novos
pedidos de BPC por mês. O ritmo é maior que o dos outros benefícios.
Na segunda-feira (22), o governo revisou as estimativas
de gasto com o BPC e benefícios da Previdência, que passaram a custar R$
11 bilhões a mais que o planejado para 2024.
O BPC teve um aumento de R$ 6,4 bilhões, com custo total no
ano passando para R$ 111,5 bilhões.
Com o pente-fino, a área econômica espera identificar
possíveis fraudes e irregularidades nesses cadastros.
A "esperança" é de economizar alguns bilhões com a
revisão – o que ajudaria no cumprimento das metas de redução de despesas para
cumprir as normas do arcabouço fiscal.
Concessão e fiscalização mais rígidas
Além dos prazos para o pente-fino, o governo também
publicou regras mais rígidas para a concessão e o monitoramento do BPC.
Entre as mudanças, o governo definiu que:
💲os cadastros passarão a incluir a biometria do beneficiário a
partir de 1º de setembro deste ano;
💲 o INSS terá que cruzar dados mensalmente para verificar se os
beneficiários ainda estão dentro dos critérios de renda do programa – e
interromper o pagamento de quem passou a ter renda acima do limite;
💲 o INSS deverá averiguar requerimentos do Benefício de Prestação
Continuada (BPC) que, ao passarem por atualização, demonstrarem "indícios
de inconsistência".