Goleiro Ramón Souza, de 22 anos, do Grêmio Anápolis, ficará
até quatro meses sem jogar. Corregedoria apurar os fatos.
A Polícia Militar (PM) afastou o policial militar
filmado atirando contra o goleiro Ramón Souza, de 22 anos, do Grêmio Anápolis,
após uma partida, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Em nota, a corporação
destacou que o disparo foi com bala de borracha e que está apurando os fatos.
A confusão aconteceu no último dia 10 de julho na partida
pela 12ª rodada da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano. Um vídeo mostra o
momento do disparo. O médico do time
explicou a lesão na perna do goleiro, que ficará até quatro meses sem
jogar.
Em nota enviada à TV Anhanguera nesta terça-feira (16), a PM
informou que determinou, de imediato, o afastamento do policial.
A delegada plantonista, informou que a ocorrência foi
registrada na Central de Flagrantes, que foi solicitado o relatório médico do
goleiro e o caso será investigado Polícia Civil.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) também vai investigar o
que levou um policial militar a disparar o tiro de borracha contra o goleiro. A
investigação foi estabelecida por iniciativa própria e será realizada pelo
Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança
Pública (Gaesp).
Goleiro do Grêmio Anápolis, Ramón Souza — Foto: Redes Sociais/Grêmio Anápolis
Repúdio
O Grêmio Anápolis disse que se tratou de um “ato horrível,
inacreditável e criminoso de alguém que deveria prezar pela segurança e
integridade das pessoas”. Veja a nota completa ao final da reportagem.
“O dia 10 de julho fica marcado por um ato violento, sujo e
horrível contra um de nossos jogadores, o que jamais será esquecido”, escreveu
o clube. Ainda em nota, o Grêmio Anápolis informou que vai entrar com as
medidas cabíveis para o responsável ser punido.
Goleiro Ramón Souza levado para ambulância após ser baleado com tiro de borracha por PM em Anápolis, Goiás — Foto: Vinícius Canuto/Grêmio Anápolis
O Ministério do Esporte repudiou a atuação da Polícia Militar
(PM), considerando o ato como uma ação desproporcional. Em nota, argumentou que a conduta do policial
vai contra os princípios básicos de segurança e integridade física que devem
ser garantidos a todos os envolvidos no esporte. Nota completa ao final da
reportagem.
Nota da Polícia Militar:
A Polícia Militar informa que, diante do ocorrido no final da
partida entre Grêmio Anápolis e Centro-Oeste, foi determinado, de imediato, o
afastamento do policial e abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) pela
Corregedoria para apurar os fatos com o devido rigor.
Ressaltamos que o disparo efetuado foi feito com munição de
elastômero, conhecida como "bala de borracha", armamento menos que
letal.
A Polícia Militar de Goiás reafirma seu compromisso com o
cumprimento da lei e reitera que não compactua com qualquer desvio de conduta
praticado por seus membros.
Nota Ministério Público de Goiás:
O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de
Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial e na Segurança
Pública (Gaesp), instaurou de ofício (por iniciativa própria) procedimento
visando apurar as circunstâncias do disparo de arma de munição de borracha
contra o atleta Ramón Souza, do Grêmio Anápolis, na noite de ontem (10/7), para
eventual responsabilização do policial militar envolvido no fato.
Estão sendo realizadas diligências investigatórias, tendo
sido requisitadas informações sobre medidas adotadas pelo Comando de Correições
e Disciplina da Polícia Militar de Goiás.
Nota Ministério do Esporte:
É com grande consternação que o Ministério do Esporte tomou
conhecimento dos lamentáveis acontecimentos ocorridos durante a partida de
futebol entre Grêmio Anápolis e Centro Oeste, pela 12ª rodada da Divisão de
Acesso do Campeonato Goiano.
A ação desproporcional e violenta por parte da Polícia
Militar, que culminou no disparo de uma bala de borracha contra o goleiro Ramón
Souza, é inaceitável e deve ser veementemente repudiada. Este tipo de conduta
vai contra os princípios básicos de segurança e integridade física que devem
ser garantidos a todos os envolvidos no esporte.
Nos solidarizamos com o jogador, vítima desta ação desmedida,
e com toda a equipe do Grêmio Anápolis, que presenciou e sofreu os impactos
deste ato de violência. É inadmissível que profissionais do esporte, que
dedicam suas vidas à prática e promoção do futebol, sejam expostos a situações
de tamanha agressividade.
Este episódio reforça a necessidade urgente de uma revisão
nos procedimentos, garantindo que a atuação policial seja sempre pautada pelo
respeito aos direitos humanos e pela proteção dos indivíduos.
Reiteramos nossa confiança na capacidade das autoridades
competentes em conduzir uma investigação rigorosa e transparente, que leve à
responsabilização dos envolvidos e à implementação de medidas que impeçam a
repetição de tais fatos. É imperativo que se restabeleça a confiança na atuação
policial, assegurando que episódios de violência não se tornem uma constante
nos campos de futebol.
Por fim, destacamos nosso compromisso com a promoção de um
ambiente seguro e justo para todos os profissionais e amantes do esporte.
Continuaremos lutando por um futebol onde o respeito, a segurança e a
integridade física e moral de todos sejam prioridades absolutas, reafirmando
nossa posição contra qualquer forma de violência e abuso.
Nota do Grêmio Anápolis:
O Grêmio Anápolis vem a público repudiar o lamentável,
ridículo, revoltante acontecimento, no Estádio Jonas Duarte, na noite desta
quarta-feira (10). Após o final da partida contra a equipe do Centro Oeste,
nosso goleiro Ramón Souza foi atingido de forma covarde por um tiro de bala de
borracha, efetuado por um policial da Companhia de Policiamento Especializado
(CPE).
Um ato horrível, inacreditável e criminoso de alguém que
deveria prezar pela segurança e integridade das pessoas, que ali estavam no
Estádio Jonas Duarte. O dia 10 de julho fica marcado por um ato violento, sujo
e horrível contra um de nossos jogadores, o que jamais será esquecido.
O GEA informa que entrará com medidas cabíveis, para que o
responsável seja punido e que a justiça seja feita, para que este ato
CRIMINOSO, não fique impune. Nosso goleiro foi atendido em campo pelo médico do
GEA, Dr. Diego Bento, que dentro da UTI móvel realizou os primeiros socorros.