Conheça a herdeira da maior sucuri do mundo

 

Herdeira, “Mãezona” já ocupa espaços preferidos da “Vovózona”. Foto: Vilmar Teixeira

A cidade turística de Bonito, no Mato Grosso do Sul, famosa pela rica biodiversidade e pelas sucuris gigantes, viveu uma perda significativa em março deste ano com a morte de “Vovózona”, a maior sucuri-verde já catalogada no mundo, que morreu de causas naturais. Agora, sua “herdeira” natural, conhecida como “Mãezona”, assumiu o título de nova rainha das sucuris na região alagada do Rio Formoso.

Em entrevista ao Jornal Midiamax, o monitor ambiental Vilmar Teixeira, conhecido como o “pai” das anacondas de Bonito, comentou sobre a transição de trono entre as duas sucuris. Segundo ele, “Mãezona” já demonstra comportamentos que indicam sua liderança na região. “Mãezona” ocupa os pontos favoritos para banho de sol que eram da icônica “Vovózona”, agora reconhecida como a maior sucuri documentada, com impressionantes 6,5 metros de comprimento.

Sucesso internacional: As sucuris gigantes de Bonito

Nos últimos anos, as sucuris de Bonito ganharam fama internacional, atraindo documentaristas e turistas de várias partes do mundo. Os registros impressionantes de suas aparições e interações naturais na região se tornaram atrativos para quem visita Mato Grosso do Sul.

Teixeira explica a escolha dos nomes populares das serpentes, que foi feita com base em seus tamanhos e idades. “Vovózona” era conhecida por sua imponência e longevidade, enquanto “Mãezona” representa a força da nova geração das sucuris de Bonito.

Imagens: Vilmar Teixeira

A confirmação de “Vovózona” como a maior sucuri catalogada veio apenas após sua morte. Com 6,5 metros de comprimento, ela foi medida oficialmente somente após ser encontrada morta e sua perda representou um impacto global para a conservação da espécie Eunectes murinus, que perdeu seu exemplar mais icônico. A presença de “Mãezona” agora traz esperança de continuidade do legado, ainda que suas medidas oficiais ainda não tenham sido confirmadas pelos pesquisadores.

“Mãezona” como herdeira e a questão do parentesco

 

“Vovózona”, que morreu, à esquerda e “Mãezona” à direita. Fotos: Vilmar Teixeira

O monitor Vilmar Teixeira não confirma com precisão se “Mãezona” é realmente a maior da área é atualmente a maior sucuri da área, mas revela que é a maior que ele tem acesso, com cerca de 6 metros de comprimento estimados. “Por conta das nomenclaturas, muita gente acreditou por um bom tempo que se tratavam de mãe e filha. Alguns ainda pensaram que as duas poderiam ter nascido na mesma ninhada e, portanto, seriam irmãs. Contudo, a ciência jamais atestou qualquer grau familiar entre elas”, afirma Teixeira. Os laços familiares entre as duas nunca foram confirmados, embora ambas tenham se destacado pelo porte e pela majestade.

Instinto de sucuri

O que se sabe é que, moralmente, por conta do tamanho, da fama e da imponência, “Mãezona” tornou-se a herdeira natural de “Vovózona”, assumiu o trono de rainha e já ocupa espaço após a tragédia ambiental envolvendo a morte da sucuri mais velha.

Apesar disso, a finada sucuri é insubstituível no coração do monitor Vilmar. Com a fama de guardião das serpentes em Bonito, o guia turístico era apegado à maior das cobras e confessa sentir saudades, sete meses após o falecimento do animal.

Questionado se algo mudou no município depois da morte do exemplar, ele acredita que sim. “As pessoas começaram a se preocupar mais com essa área de preservação em Bonito. Vejo que muita gente está olhando com mais respeito para as questões que envolvem cuidado ambiental”, afirma.

Por fim, Vilmar revela acreditar que os animais que vivem no mesmo habitat antes dominado por “Vovózona” também passaram a se comportar de maneira diferente na área desde sua partida, sendo o instinto de “Mãezona” ao assumir o trono de rainha do Rio Formoso a mais notável entre as mudanças.


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