Jacaré tentava engolir um peixe piranha quando o felino o atacou. Segundo o guia de turismo que registrou as imagens, embates entre onças e jacarés são comuns na região, no entanto fazer um bom registro de momentos como este não é fácil; assista.
O guia de turismo Yco Campos registrou um exemplo de como
a cadeia alimentar funciona no Pantanal mato-grossense. Um jacaré teve o café
da manhã frustrado ao ser atacado por uma onça-pintada enquanto tentava se
alimentar de uma piranha às margens do rio Cuiabá, no Corixo do Caxiri, na
região do Parque Estadual Encontro das Águas, entre Poconé e Barão de
Melgaço, no último domingo (6).
No vídeo, é possível ver a habilidade da onça ao atacar o
jacaré, que não conseguiu terminar de devorar o peixe e se tornou o alimento do
felino. A onça é um macho de aproximadamente três anos, chamado de Ipepo. O
guia que fez as imagens contou que na manhã de domingo (6) estava com turistas
e outros três colegas de trabalho, divididos em três barcos, quando foram
surpreendidos pela cena de vida selvagem.
"Quando eu vi o Ipepo subindo no barranco, eu fui para
frente, peguei uma luz boa e quando eu cheguei o jacaré estava comendo uma
piranha. Na hora que o jacaré foi mais para o raso e mordeu a piranha, o Ipepo
escutou a mordida e 'mandou a bala' lá de cima", contou.
De acordo com o guia Yco Campos, cenas de embates entre onças
e jacarés são comuns na região do parque, no entanto fazer um bom registro de
momentos como este não é fácil.
"Tem que estar na hora certa! Se encontrar uma onça
caçando, tem que estar sempre seguindo", explicou.
Ipepo é filho de Ibaca, uma onça que não teve tanta sorte
quanto o filho, em duas cenas filmadas em agosto de 2022. No primeiro
registro, ela perdeu uma briga com uma sucuri no Rio Três Irmãos, também
no Parque Estadual Encontro das Águas, já no segundo, ela foi expulsa por um
grupo de ariranhas.
Ipepo — Foto: Benjamin James/Journey with Jaguars |
🐆 Refúgio das onças
O Parque Estadual Encontro das Águas, no Pantanal
mato-grossense, é considerado um dos maiores abrigos de onças-pintadas do
mundo.
Combinado com o ecoturismo, os turistas podem passear de
barco pelo bioma enquanto fazem o monitoramento das onças através de fotos e
vídeos.
O parque possui 108 mil hectares de extensão. Segundo os
guias do local, entre os meses de julho e final de setembro é considerado o
melhor período para observar as onças. Durante a seca, os felinos ficam mais
próximos das margens dos rios, em busca de água e de alimento, o que torna mais
fácil de observá-los.