Corregedoria da PM prende 20 policiais por ‘tour da propina’ na Baixada Fluminense

 

Segundo as investigações, os militares danificavam ou manipulavam as câmeras corporais a fim de não registrar as ameaças.

 

Um dos policiais presos em operação da Corregedoria da Polícia Militar do Rio contra grupo investigado por extorsão e ameaças em Nova Iguaçu — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

A Corregedoria da Polícia Militar e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam nesta quinta-feira (7) 20 PMs por extorsão na Operação Segreto. Segundo os promotores, homens que então serviam no 20º BPM (Mesquita) faziam um “tour da propina” em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense — e além de dinheiro, recolhiam cerveja e até frutas.

Até a última atualização desta reportagem, 2 PMs seguiam foragidos.

A denúncia do MPRJ afirma ter identificado o recolhimento de valores em 54 estabelecimentos. “A investigação apurou que as guarnições realizavam um ‘tour da propina’ em Nova Iguaçu, visitando em sequência dezenas de comércios para arrecadar dinheiro ilicitamente”, diz o MPRJ.

Ainda de acordo com a promotoria, os militares danificavam ou manipulavam as câmeras corporais a fim de não registrar as ameaças e o recolhimento da propina.

A investigação começou com uma denúncia de um dos comerciantes achacados. “Diante dos primeiros indícios, a Delegacia de Polícia Judiciária Militar passou a realizar o monitoramento de agentes e conseguiu verificar não só que várias guarnições do referido batalhão [20º BPM] praticavam o crime, recolhendo valores do estabelecimento, mas, de fato, repetiam a mesma conduta em vários outros comércios de naturezas diversas”, descreveu o MPRJ.

Tour das sextas

O procedimento criminoso era executado da mesma forma, sempre às sextas-feiras: os policiais denunciados paravam brevemente a viatura nos estabelecimentos, alguém se aproximava e entregava as quantias; ou um dos policiais desembarcava e entrava no comércio, permanecendo poucos minutos antes de retornar à viatura e sair.

Em geral, eram estabelecimentos de reciclagem e ferros-velhos, mas também distribuidoras de gás e lojas de construção. Além de dinheiro em espécie, a investigação flagrou os policiais recolhendo engradados de cerveja em depósitos e frutas em um hortifrúti.

Fonte: g1 Rio de Janeiro

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