Espécie não é natural do Brasil e se popularizou como pet
O ator Julio Rocha compartilhou com seus seguidores nas redes
sociais, na última terça-feira, 5, o momento inusitado em que encontrou uma
cobra na cama de seus filhos, no condomínio onde mora em Indaiatuba, no
interior de São Paulo. O susto foi grande, mas Rocha e sua esposa, Karoline
Kleine, conseguiram agir rapidamente e, com cuidado, retiraram o animal de
dentro da casa.
A assessoria do ator confirmou que a cobra era uma Ball
Python (Python regius), também conhecida como píton-bola ou píton-real.
O casal não revelou o desfecho completo do episódio, mas
garantiu que todos ficaram bem e sem ferimentos. "É a quinta vez que
aparece cobra por aqui, mas a primeira vez dentro de casa. O que
fazemos?", escreveu Julio em uma postagem final sobre o assunto.
A descoberta gerou curiosidade sobre a presença desse tipo de
animal em áreas urbanas. Para entender melhor a situação, o Terra consultou
Nayra Gualberto, bióloga e pesquisadora do Projeto Serpentes do DF, da
Universidade Católica de Brasília, que detalhou os riscos e a origem da
píton-real.
Nayra explicou que não se trata de uma espécie nativa do
Brasil e que, portanto, não pertence à fauna brasileira. "Caso seja
realmente uma python regius, é uma serpente encontrada na África-Central e
Ocidental. Ela vive em florestas, áreas alagadas e campos abertos, como
savanas. Possivelmente, estava procurando refúgio", afirmou a bióloga.
— Max Ribeiro (@max_ribe_29) November 7, 2024
Sobre os riscos que a píton-real oferece, a bióloga ressaltou
que essa serpente, como as jiboias, não possui veneno.
"Assim como as jiboias, as pítons são serpentes
constritoras e não possuem peçonha. Mas é válido lembrar que, quando se sente
ameaçada, pode tentar se defender", explicou.
A especialista afirmou que não é comum encontrar uma
píton-real fora de seu habitat natural. "Por ser uma serpente exótica, não
seria possível encontrar essa espécie em habitats naturais no Brasil. Então,
provavelmente, estava sendo criada como pet e acabou escapando", afirmou.
Ela explicou ainda que, devido à popularidade dessa espécie
como animal de estimação, casos como o de Julio Rocha não são raros e exigem
cuidado e responsabilidade.
"Sempre acionar a polícia ambiental do Estado e jamais
tentar remover a cobra sozinho, tanto para não se machucar como para não
machucar o animal. Somente pessoas especializadas devem fazer manejo de animais
silvestres", alertou Nayra.