PM agride homem rendido no chão em Paraisópolis, na Zona Sul de SP

 

Secretaria da Segurança Pública informou que a abordagem não condiz com os protocolos da Polícia Militar e que uma investigação preliminar foi aberta para apurar os fatos.

 

Uma policial militar foi flagrada agredindo um homem rendido e deitado no chão com as mãos atrás da cabeça na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, na terça-feira (17). A ação foi filmada por moradores.

Nas imagens, obtidas pela TV Globo, é possível ver que dois policiais participaram da tentativa de abordagem a um carro. Em um primeiro momento, o agente p*sou no braço do homem rendido, que estava de bruços no chão, enquanto apontava a arma para o veículo.

"Sai do carro, se não eu vou m*tar todo mundo nessa p....", gritou o PM. Apesar do aviso, o motorista acelerou o carro e fugiu do local. O policial, então, efetuou um disparo em sua direção.

Em seguida, a outra agente se aproximou e agrediu quatro vezes o homem deitado no chão, sendo uma vez na cabeça e três nas costelas. Ela também gritou: "não se mexe, filho da p...".

Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que "a abordagem não condiz com os protocolos da Polícia Militar do Estado e uma investigação preliminar foi aberta para apurar os fatos. As imagens compartilhadas pela reportagem, assim como as que foram captadas pelas câmeras corporais dos policiais fazem parte das apurações".

A pasta também explicou que a equipe realizava patrulhamento, quando suspeitou de um carro ocupado por três pessoas e tentou abordá-lo.

Segundo a SSP, o motorista do veículo fugiu, iniciando uma perseguição. Durante o percurso, a viatura da PM foi atingida por disparos de arma de fogo.

O carro foi interceptado na Rua Rudolph Lotze, em Paraisópolis, e os ocupantes levados ao 89º Distrito Policial do Portal do Morumbi. O caso foi registrado como desobediência, localização e apreensão de veículo.

Aumento da brutalidade policial

Nas últimas semanas, sucessivos casos de brutalidade policial vieram à tona e ganharam repercussão entre autoridades e entidades de direitos humanos, revelando uma crise na segurança pública de São Paulo no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Quarenta e cinco policiais militares foram afastados de suas funções e dois foram presos por envolvimento em casos relacionados a abuso de autoridade e letalidade policial em 30 dias no estado de São Paulo.

Somente na primeira semana de dezembro, um homem foi arremessado de uma ponte por um PM na Vila Clara, na Zona Sul da capital, e agentes agrediram uma idosa e deram um golpe de mata-leão em seu filho. durante abordagem na garagem da família em Barueri, na Grande São Paulo.

Após os casos chocantes, o governador chegou a mudar de posição em relação ao uso de câmeras corporais pela Polícia Militar. "Me arrependo muito da postura reativa que tive com as câmeras", disse em 6 de dezembro durante um evento sobre os desafios da segurança pública no Brasil.

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