Caso aconteceu em Caraguatatuba, no Litoral Norte de SP.
Homem foi detido após ser imobilizado com golpes de jiu-jitsu.
Suspeito é imobilizado com golpe de jiu-jitsu no litoral de São Paulo — Foto: Reprodução |
Um homem de 27 anos, suspeito de assaltar uma joalheria na
região central de Caraguatatuba, no Litoral Norte de SP, foi detido por um
morador com golpes de jiu-jitsu enquanto tentava fugir. O caso aconteceu no
último sábado (11).
O responsável por parar o suspeito foi Lucas de Pádua Villegas,
de 39 anos. Ao g1, ele contou que havia ido deixar a mãe em uma loja na região
central e, quando desceu do carro, percebeu o que estava acontecendo.
"Eu deixei meu carro na esquina, e fui atravessar para
acompanhar ela, porque ela é uma idosa. Nisso, que eu estava na outra calçada,
eu escutei o grito: ‘Pega ladrão!’", contou.
Segundo Lucas, um caminhão estava passando na rua na hora que
o suspeito tentava fugir. Foi aí que ele resolveu utilizar o automóvel de
escudo para se esconder do criminoso e agir na sequência.
Ele colocou a mão na cintura, fazendo menção que estava com
uma arma, só que, como a roupa estava muito colada no corpo dele, eu vi que ele
não tinha nada ali. Foi quando eu entrei no double leg, derrubei ele no chão.
— Lucas de Pádua Villegas, morador que deteve suspeito com
golpe de jiu-jitsu
Lucas contou ao g1 ainda que chegou a ser ameaçado pelo
suspeito. Com isso, resolveu aplicar outro golpe comum do jiu-jitsu: a 'chave
de braço', ou armlock, como é popularmente conhecido.
"Ele falou que ia me matar novamente, e aí nessa veio um
rapaz da minha direita, ele colocou a mão na bolsa. Nisso que ele colocou a mão
na bolsa, eu pensei que era comparsa dele. Eu falei: o cara vai pegar a arma
aqui e vai me matar. Foi na hora que eu puxei o braço dele para o outro lado e
neutralizei o braço dele. Pensei: esse braço ele não vai mexer mais",
acrescentou.
— Max Ribeiro (@max_ribe_29) January 14, 2025
Artes marciais desde a infância
Hoje com 39 anos, Lucas revelou que sempre gostou de artes
marciais e que pratica lutas desde a infância. O primeiro contato foi com o
taekwondo, em 1998. Depois, ele praticou karatê e muay thai, antes de entrar no
jiu-jitsu.
Na academia, ele revelou que treina várias situações para
ocasiões de risco. Foi o que o ajudou a tomar a decisão do golpe no suspeito.
"A gente treina muito na academia vários tipos de
situações. Se o cara bota a mão na cintura, a gente sabe o que fazer. Se ele
coloca a mão para cima, a gente sabe o que a gente vai fazer. A cada situação a
gente tem um movimento para seguir. E o que eu me enquadrei melhor naquilo foi
o double leg. Na hora eu pensei em dar um cruzado, mas ele estava muito rápido.
Eu podia errar e ele escapar. Eu preferi entrar no double leg e derrubar ele de
uma vez", contou.
Com a repercussão do caso, Lucas disse que a preocupação
maior é com a segurança da família e a represália sofrida. Ele contou, no
entanto, que recebeu o apoio da esposa e de seu mestre nas artes marciais.
"Ele foi me acalmando, minha mulher foi também, mas
minha mulher também está um pouco preocupada, mas ela foi me acalmando um pouco
e falou: ‘Não, fique tranquilo que vai dar tudo certo’", finalizou.