Estado registra cerca de oito casos diariamente
![]() |
Elas são responsáveis pela maior parte dos acidentes Crédito: Fábio Barbosa/Divulgação |
Cerca de oito pessoas são picadas por cobras todos os
dias na Bahia. Somente neste ano, 621 casos já foram registrados, segundo dados
da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Em 80% das vezes, as cobras do tipo
jararacas estão envolvidas nos acidentes. Elas são venenosas e os sintomas da
picada aparecem até duas horas após o contato.
As jararacas fazem parte do gênero Bothrops, que engloba
mais de 40 espécies. Duas delas são as mais comuns na Bahia: a
jararaca-malha-de-sapo (leucurus) e jararaca-da-seca (erythromelas). Cidades
como Feira de Santana, Vitória da Conquista e Irecê estão entre as que mais
registram acidentes com as espécies.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O tamanho das jararacas varia conforme o tipo, podendo medir
entre 70 centímetros e dois metros de comprimento. O veneno delas é menos letal
do que o de espécies como sururucus e cascavéis. Isso explica a baixa
letalidade na Bahia. Nenhuma morte foi registrada neste ano no estado.
As picadas das jararacas têm sintomas específicos. O
aparecimento de edema, acompanhado de vermelhidão e hemorragia, em alguns
casos, é o principal. "O indivíduo pode ter sangramento tanto no local da
picada como em outros lugares, como gengiva e mucosa ocular", detalha
Jucelino Nery, diretor do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da
Bahia (CIATox-BA).
O especialista pontua que as complicações não são imediatas.
"Ninguém morre de imediato, como as pessoas costumam pensar. Mas uma
pessoa que só busca atendimento mais de seis horas após o contato, possui mais
chances de ter sequelas", explica.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Os contatos das cobras com os humanos acontecem com cada vez
mais frequência, como explica Artur Gomes Dias, doutor em biologia
parasitária e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Em
2021, foram 23,7 mil acidentes na Bahia, segundo dados do Ministério da Saúde.
Dois anos depois, os acidentes com cobras atingiram a marca de 30,6 mil.
O desmatamento acentuada está destruindo o habitat natural
desses animais, onde eles encontram alimentos disponíveis. Os animais
peçonhentos buscam, então, alimentos perto das casas
Artur Gomes Dias - Professor
Créditos: Correio 24 horas