Além do homem de 64 anos, o filho dele, de 38, também foi agredido; caso ocorreu em Santa Juliana, no Triângulo, e corporação abriu investigação interna
![]() |
Foto: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS |
A Polícia Militar (PM) anunciou nesta quarta-feira (26 de
março) que abriu uma apuração interna após uma família denunciar a truculência
de agentes durante uma abordagem ocorrida na porta de um bar de Santa Juliana,
cidade de 15 mil habitantes no Triângulo Mineiro, no último fim de semana. As
agressões contra o dono do estabelecimento, de 64 anos, e seu filho, de 38,
foram flagradas por câmeras de segurança, sendo que o idoso chegou a ficar
desmaiado após ser atingido por um soco de um dos militares.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
As agressões aconteceram por volta das 18h20 do último sábado
(22), na porta do estabelecimento da família, localizado no bairro Céu Azul.
Nas imagens, que só agora viralizaram nas redes sociais, é possível ver quando
pelo menos duas viaturas estacionam na porta do local e cinco militares descem
e já partem para cima dos presentes.
O primeiro dos agentes vai em direção ao homem mais novo, que
tenta falar algo mas é imediatamente empurrado e cai, batendo a cabeça em uma
das mesas. Ao ver que o filho era agredido, o idoso se aproxima e tenta
intervir, mas recebe um soco de um dos policiais e cai desacordado em seguida.
As agressões continuam contra o filho, que, em seguida, é colocado na
viatura.
Assista:
A Polícia Militar (PM) anunciou nesta quarta-feira (26 de março) que abriu uma apuração interna após uma família denunciar a truculência de agentes durante uma abordagem ocorrida na porta de um bar de Santa Juliana, cidade de 15 mil habitantes no Triângulo Mineiro, no último fim… pic.twitter.com/AqaamK0B5B
— O Tempo (@otempo) March 26, 2025
Em entrevista à emissora local TV Paranaíba, pai e filho
contam não saber o que teria motivado a abordagem. "Não teve denúncia
nenhuma (de perturbação de sossego). Era 18h20, de dia ainda. E eu não faço
barulho, não gosto de incomodar vizinho. Todo mundo aqui me conhece. Eles (policiais)
vieram para fazer só aquilo mesmo, parece que foi mandado", disse o idoso
agredido.
Com a voz embargada pelo choro, o idoso conta que não se
lembra de nada, já que foi desmaiado imediatamente após tentar impedir que o
filho continuasse sendo agredido. "Fui acordar só no hospital. Tomara que
Deus ajude e isso não aconteça mais comigo, por que eu não aguento outra. Sou
cardíaco, tenho dois stents e não posso ficar desse jeito. Aquele dia eu nem
dormi, passei a noite inteira com pressão alta, vomitando, quase morri",
completou o dono do bar ao jornal local.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Também durante a entrevista, o filho do idoso disse que ficou
preso em uma cela na delegacia por horas e sem saber o que teria motivado a sua
prisão. "Pedi para um dos policiais desapertar a algema, ele falou que ia
olhar e apertou mais. Quando saí (da cela), minha mão estava inchada, custei
para assinar o papel. Falei que queria ler o documento antes de assinar e me
falaram: 'Você vai assinar ou voltar para a cela'", denunciou.
O que diz a PM?
Procurada pela reportagem de O TEMPO, a Polícia
Militar (PM) informou, por nota, que as vítimas das agressões formalizaram
denúncia junto à corporação.
"Foi instaurado um inquérito policial militar para apuração
dos fatos, em conformidade com as normas vigentes".
Entretanto, a PM não explicou o que teria motivado a
abordagem ao bar da família e nem se os militares envolvidos foram afastados do
cargo.