Dona Maria tenta sobreviver com quase nada.
Ela mora com a família em um beco que mais parece um
lixão, onde as pessoas jogam lixo e até bichos mortos, como cães e gatos. Sem
água, sem banheiro, sem privacidade, sem comida.
Para matar a fome, ela sai pedindo ossos nos açougues. Faz um
caldo com eles e vai dividindo entre os dias, para ter pelo menos isso para
enganar a fome.
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“Divido os ossos pra fazer render mais dias... é só um caldo,
mas é o que temos.”
Aos 56 anos, ela vive em Abaetetuba (PA) com o marido, Seu
José, de 76, a filha Cristiane, de 37, e a netinha Maria Eduarda, de 9.
É ela quem cuida de todos. Sozinha!!
Seu José sofreu dois derrames e ficou com
sequelas graves. Não anda mais, sente fraqueza nos braços e nem cadeira
de rodas tem. Para sair de casa, precisa ser carregado no ombro. Mas
como, se Dona Maria está sozinha e mal tem força?
Cristiane, ou Cris, como ela chama, teve paralisia infantil,
tem epilepsia e deficiência intelectual. Segundo a mãe, a cabeça está inchada. Faz xixi e cocô
na roupa, precisa de fraldas e cuidado constante. Os médicos
disseram que não viveria até os 2 anos, mas mesmo com esse diagnóstico ela
segue lutando dia após dia para estar viva.
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“Ela é como uma criança. Não posso deixar sozinha por um
minuto.”
E ainda há Maria Eduarda, de 9 anos. A mãe dela morreu no parto e o pai, sem condições, deixou a filha com a avó. Dona Maria virou tudo para ela: mãe, avó, amparo e amor.
Hoje eles vivem em uma casa de madeira cedendo, construída
num terreno que alaga o tempo todo. Quando chove, todos se amontoam perto da
porta — onde chove menos — na esperança de, se tudo cair, conseguirem fugir.
Não tem banheiro. Usam uma caixa de madeira do lado de fora.
Não têm papel higiênico, usam folhas de revista.
Não têm água encanada. Pegam com balde na casa do vizinho.
A casa já desmoronou uma vez. Reconstruíram como puderam, mas
agora ela está bamba, balança muito com o vento.
A dona Maria trabalhava como faxineira, mas teve que parar
quando o marido adoeceu. A única renda da família vem do benefício da filha —
gasto com fraldas e remédios — e de R$600 da aposentadoria do esposo, já que
ele teve que fazer empréstimo para comprar as madeiras que usou na casa.
Essa família precisa de uma casa segura, com estrutura,
banheiro e dignidade.
Dona Maria está exausta. Aguenta tudo com amor. Mas já passou
da hora de alguém cuidar dela também.
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